Presidente do partido, porém, não confirmou nome do médico Raul Cutait
BRASÍLIA – O vice-presidente Michel Temer intensificou nesta terça-feira as conversas com os partidos que deverão compor seu eventual governo. O presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira (PI), confirmou após reunião com o vice, que a legenda terá o comando dos ministérios da Saúde e da Agricultura, além da presidência da Caixa Econômica Federal. Ciro saiu às pressas do local e, em conversa rápida com a imprensa, além de confirmar o comando das duas pastas, negou que o nome do médico Raul Cutait já esteja certo para comandar o Ministério da Saúde.
Ciro Nogueira afirmou que os nomes para as vagas ainda estão sendo escolhidos. Com o troca-troca partidário, o PP ficou com a terceira maior bancada de deputados da Câmara. Integrantes da bancada do PMDB que dava como certa a indicação do nome para a Saúde mostrou compreensão com a decisão de deixar a pasta com o PP. O nome de Osmar Terra para o comando da pasta estava sendo defendido pelos peemedebistas favoráveis ao impeachment.
– O PT tinha a presidência e 19 ministros. Nós defendemos um governo que dê espaço aos aliados. O último que quis governar sem dar espaços, deu no que deu – avaliou o deputado Geddel Vieira Lima (PMDB-BA).
Já com o PSD, as conversas ainda não avançaram. Quinta maior bancada da Câmara, a legenda também esteve com Temer nesta terça-feira e, embora negue ter tratado sobre cargos, a cúpula do PSD sinalizou desconforto com a possibilidade de ter que deixar o comando do Ministério das Cidades, num eventual governo peemedebista. Segundo informou a coluna Panorama Político, a pasta será comandada pelo PSDB, e o ministro deve ser o deputado Bruno Araújo, responsável pelo voto 342, o mínimo necessário, para a aprovação do impeachment na Câmara.
Os rumores de que ao partido seria destinada a pasta das Comunicações incomodou os dirigentes e parlamentares da legenda.
– A bancada é muito unida. Nós entendemos que existe uma continuidade de programas governamentais muito grande. O partido contribuiu muito para conduzir programas importantes de infraestrutura. A bancada se sentirá à vontade se não houvesse a descontinuidade do estilo de gestão. Minha percepção é de que a bancada nunca considerou a hipótese de não ajudar na infraestrutura e cidades – afirmou o líder do PSD, Rogério Rosso (DF).
Rosso afirmou que, independente de cargos, a disposição do PSD é de apoiar a governabilidade em eventual governo Temer:
– A bancada sempre foi muito dividida no governo Dilma e pela primeira vez a grande maioria votou a favor do impeachment, porque entende que isso é importante para renovar a esperança de melhora para o país. É só ver a resultado da votação ( 29 votos a favor do impeachment e 8 contra). Estamos dispostos a ajudar o Brasil, independentemente de cargos.
Ao deixar encontro com Temer, Kassab disse que não foi discutido cargos. Interlocutores do PSD acreditam que não há definição do vice-presidente sobre tirar do PSD o Ministério das Cidades. O nome de Kassab continua a ser unanimidade para ocupar o ministério. Comunicações não agrada ao partido e interlocutores afirmam que antes da votação na Câmara foi sinalizado que a legenda manteria o comando do Ministério das Cidades.
– Sair de Cidades desarranja a composição de forças políticas – admite um interlocutor do PSD.
No entanto, de acordo com o Blog do Moreno, Kassab já aceita o ministério das Comunicações.
Isabel Braga e Manoel Ventura*