Democratas trabalhavam pela indicação de Rodrigo Maia (DEM-RJ) /
BRASÍLIA – Os partidos da velha oposição reagiram de maneira diversa em relação à indicação do deputado André Moura (PSC-SE) para liderança do governo Michel Temer na Câmara. Enquanto o DEM critica o modo do anúncio e a influência do presidente afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) na escolha, o PSDB prefere destacar que há pontos negativos e positivos na indicação. O líder do DEM, Pauderney Avelino (AM), diz que, se confirmado o nome de Moura, Temer cedeu à pressão de Cunha. O partido trabalhava pela indicação de Rodrigo Maia (DEM-RJ), que estava com mais apoio dentro do governo.
Pauderney reagiu com estranheza à informação, pois não tinha recebido nenhum comunicado. Ele disse disse que soube da notícia pela mídia e que não tinha recebido nenhuma confirmação de Temer ou integrantes do governo.
– Acho estranho. Quem tem que anunciar é ele ( Temer). Cabe a ele escolher o nome que terá que ser o líder dos deputados. Agora, não é bom se for escolhido dessa forma enviesada, sem consulta para saber se o deputado terá condições e bom trânsito – disse o líder do DEM, acrescentando:
– Se isso se confirmar (a escolha de Moura), entendo que cedeu à pressão do presidente afastado Eduardo Cunha.
Apesar de ter o líder do PTB, Jovair Arantes (GO) ter dito que o nome de André Moura seria anunciado por eles antes da reunião com o presidente interino Waldir Maranhão (PP-MA), os líderes que falaram no Salão Verde preferiram manter a cautela. Na coletiva antes da reunião, o líder do PSD, Rogério Rosso (DF) e do PP, Aguinaldo Ribeiro (PB), apenas reafirmaram que o nome de Moura foi apresentado a Temer e que caberá ao governo fazer o anúncio. A decisão pode ter sido tomada porque houve reação de alguns dos partidos da base aliada de Temer, que integravam a velha oposição a Dilma, com a forma como foi vazada a informação.
O líder do PSDB, Antonio Imbassahy (BA), manteve a postura de que não se pode interferir na escolha porque é uma escolha pessoal do presidente da República. O tucano disse que foi comunicado da escolha na manhã de hoje. O líder do PSDB reconhece que a relação de proximidade de Moura com Eduardo Cunha pode sugerir algum aspecto negativo, mas que por outro lado, amplia as possibilidades de sucesso nas votações.
– A realidade se impõe e pelo desempenho de Moura durante o impeachment, ele deverá ter bom desempenho nas votações. Essa é uma decisão pessoal do presidente Temer e ele, homem com larga experiência, teve ter pensado bem – disse Imbassahy.
Isabel Braga