Os projetos estratégicos das Forças Armadas foram debatidos, nesta terça-feira (6), em seminário da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN). O deputado Hugo Napoleão (PI), membro do Colegiado, sugeriu que seja criado um fundo exclusivo para reequipar o Exército, a Marinha e a Aeronáutica.
“Poderíamos utilizar, por exemplo, receitas de imóveis da União, hoje em poder das forças armadas, e cujo uso não seja operacional. É uma medida que já foi realizada na França e no Reino Unido na década de 70”, defendeu o parlamentar.
Os investimentos em defesa nacional alcançaram a cifra de R$ 8,9 bilhões em 2013. “O valor é considerado tímido se comparado com países de porte econômico similar ao brasileiro. Todos reclamam, com razão, sobre essa questão do orçamento. O Fundo também poderia ser utilizado para o desenvolvimento tecnológico e pesquisas”.
A necessidade de verbas para o setor foi confirmada pelo ministro da Defesa, Celso Amorim. Ele apontou que o Brasil destina 1,5% de seu Produto Interno Bruto (PIB) em gastos com defesa, enquanto a média mundial é de 2,6%. Amorim lembrou ainda que os outros países do Brics (Índia, Rússia, China e África do Sul) destinam em média 2,3% de seu PIB para o setor.
“O papel cada vez mais destacado do Brasil torna essa discussão importante. Nossa política externa é voltada para a paz e o desenvolvimento, mas mesmo um país pacífico não pode descartar a hipótese de ser afetado por ações armadas”, disse Amorim.
O ministro lembrou ainda que o potencial energético, alimentar e ambiental do país torna a região um atrativo para possíveis conflitos futuros. “A crescente demanda mundial pode gerar crises”, concluiu.
Luís Lourenço
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