Em audiência pública realizada, nesta quinta-feira (1º), pela comissão especial de Reformulação da Lei do Esporte, o deputado Fábio Mitidieri (SE) defendeu modificações na Lei Pelé (9.615/98), para que os clubes de futebol voltem a investir na formação das categorias de base. Segundo o parlamentar, a falta de estímulo a esse segmento é uma das razões da queda na qualidade dos atletas.
“Os clubes dizem que não querem mais investir em categorias abaixo dos 15 anos. O que acontece com isso? Revelamos cada vez menos atletas. Se por um lado o número de jogadores brasileiros que vão para o exterior aumentou, por outro, a qualidade diminuiu, e esse é um aspecto que deve ser considerado nessa reformulação da lei, para que o futebol brasileiro saia dessa dificuldade”, ponderou o parlamentar.
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) foi uma das entidades ouvidas. Segundo explicou seu representante, Erasmo Damiani, a Lei Pelé permite o trabalho profissional de formação dos atletas a partir dos 14 anos de idade, dois anos a mais do que os países europeus e a maioria dos países com tradição no futebol.
“O que a CBF defende é que nossa legislação se adeque às normas da FIFA, que estabelece a idade mínima de 12 anos para o contrato de formação. Por conta da regra atual, ficamos dois anos defasados em relação a outras confederações, justamente nesse processo de formação que é fundamental para o aperfeiçoamento dos atletas que no futuro terão sucesso nas competições.”
Demétrius Crispim