Marcos Montes pede mais investimentos no setor de bioeletricidade

Deputado Marcos Montes (MG) - Foto: Cláudio Araújo

O vice-líder do PSD, deputado Marcos Montes (MG), defendeu, nesta terça-feira (1º), mais investimentos para o setor de bioeletricidade. Em seminário realizado pela Comissão de Minas e Energia (CME), com o tema 1º de abril: o dia da verdade sobre a bioeletricidade, o parlamentar, que também é primeiro vice-presidente do Colegiado, solicitou esclarecimentos sobre o que impede uma maior valorização do setor na atualidade.

Ele lembrou que a cana-de-açúcar já foi utilizada para sanar a crise do petróleo, em 1973, com o Programa Nacional do Álcool (Proálcool), e que o plantio dessa matéria-prima precisa ser mais estimulado. “O setor já ofereceu grandes oportunidades ao país no passado e, mais uma vez, é chamado para ajudar. É muito importante para nossa economia. É a matriz energética do etanol, do açúcar e, agora, pode ajudar como complemento para o setor de energia elétrica. Ela está lá, pronta para queimar e produzir, mas precisamos de incentivos para plantar”, pontuou Montes.

Maurício Tolmasquim, presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao Ministério de Minas e Energia (MME), disse que os dados apontam que, “se todo o potencial disponível nos canaviais brasileiros  fosse utilizado para produzir bioeletricidade, seria possível acrescentar à rede de distribuição o equivalente a duas usinas de Itaipu ou até cinco usinas do porte de Belo Monte”.

Para a presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Elizabeth Farina, o uso de termelétricas, como alternativa para situações de emergência, é poluente, pois elas são movidas por petróleo e carvão. “A cana-de-açúcar é a opção limpa, renovável, abundante, viável e vantajosa, principalmente em períodos de seca, quando a energia que vem das hidrelétricas, na maior parte do país, precisa de reforço”, justificou Farina.

Entenda o processo

Segundo André Rocha, presidente do Fórum Nacional Sucroenergético, o bagaço da extração do caldo da cana é aproveitado para geração de energia e a palha serve como combustível para alimentar as caldeiras. “Nelas, o vapor se transforma em energia térmica e depois em mecânica, que por sua vez, movimenta as máquinas, equipamentos e as turbinas, tornando-se assim, energia elétrica”.

De acordo com André, uma tonelada de bagaço pode gerar mais de 300 kWh [quilo watts hora] para a rede elétrica e uma tonelada de palha pode gerar 500 kWh. “Isso significa que, com apenas um hectare de cana, podemos abastecer oito residências por um ano. Não há desperdícios na produção da indústria de cana-de-açúcar”, concluiu.

Carola Ribeiro

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