Com o apoio da maioria dos parlamentares do PSD, a Câmara dos Deputados aprovou, neste domingo (17), a admissibilidade do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). No PSD, 28 deputados votaram a favor do impedimento e outros oito deputados, todos das regiões norte e nordeste, apoiaram a petista.
O líder do PSD, Rogério Rosso (DF), disse que é preciso unificar o país por uma agenda positiva. “O Brasil amanhecerá diferente. O relatório aprovado é cristalino e está sob a luz do direito. Fizemos nossa parte na comissão especial e no plenário, e agora cabe ao Senado Federal investigar e julgar a presidente Dilma”, afirmou.
A votação do impeachment começou às 17h46 e, somente às 11h07, foi possível alcançar os 342 votos necessários para dar seguimento ao processo. O primeiro deputado a votar, por motivos médicos, foi Washington Reis (PMDB-RJ). O voto de número 342 foi proferido pelo deputado Bruno Araújo (PSDB-PE).
Dos 511 deputados que participaram da sessão, 367 votaram pela admissibilidade do processo e outros 146 – incluindo sete abstenções e duas faltas – se posicionaram contra o impeachment. Agora cabe ao Senado Federal dar o parecer final.
SESSÃO MAIS LONGA – A sessão de debates que antecedeu a votação da admissibilidade do impeachment da presidente Dilma teve a maior duração dos últimos 25 anos. Deputados debateram a matéria por quase 43 horas, numa sessão que começou às 8h55 da última sexta-feira (15) e se arrastou até às 3h40 deste domingo (17).
Na comissão especial, presidida por Rogério Rosso, os números também foram bem maiores do que o observado no impeachment do presidente Fernando Collor, em 92. Ao todo foram 11 reuniões do colegiado e mais de 50 horas de debate. “Jamais ficaria de bem com a minha consciência se não tivesse feito desta forma”, lembrou Rosso.
Renan Bortoletto