O deputado Luciano Alves (PSD-PR) comemorou o anúncio feito pela Secretaria de Saúde do Paraná de que o município de Foz do Iguaçu foi selecionado para aplicação de novo método para combater a proliferação do mosquito Aedes aegypti, que transmite a dengue.
Na prática, o método consiste em “contaminar” esses insetos com a bactéria Wolbachia, que impede que os vírus da dengue, zika e chikungunya se reproduzam dentro dos mosquitos. Assim, quando a fêmea deposita seus ovos nos diversos locais e as larvas se desenvolvem, já trazem a bactéria nelas – ou seja, não irão transmitir os vírus acima citados.
“Estamos em uma região de fronteira, com clima seco e quente na maior parte do ano, aspectos que nos colocam no mapa das infestações de mosquitos. Esse programa, agora confirmado pela Secretaria de Saúde, é motivo de comemoração e ferramenta importante no combate à dengue, mas não elimina a responsabilidade de todos os moradores de Foz e região de combater e eliminar os criadouros dos mosquitos”, alertou Luciano Alves.
Seleção
Para a seleção, foram considerados municípios com mais de 100 mil habitantes que são responsáveis pela maior parte dos casos de arboviroses urbanas (doenças causadas por vírus e transmitidas, principalmente, por mosquitos), o clima da região (com máxima mensal abaixo de 35°C e média anual de 20°C), o número de casos prováveis de dengue nos últimos 10 anos, a incidência de dengue nos últimos cinco anos e a presença de aeroporto.
Farão parte do método, além de Foz do Iguaçu e Londrina, as cidades de Uberlândia (MG), Presidente Prudente (SP), Natal (RN) e Joinville (SC).
O método
O World Mosquito Program (WMP – Programa Mundial do Mosquito, em tradução livre) é uma iniciativa internacional sem fins lucrativos que trabalha para proteger a comunidade global das doenças transmitidas por mosquitos.
O primeiro local de atuação do WMP foi o norte da Austrália, em 2011. Atualmente. opera em 12 países (Austrália, Brasil, Colômbia, México, Indonésia, Laos, Sri Lanka, Vietnã, Kiribati, Fiji, Vanuatu e Nova Caledônia). No Brasil, o Wolbachia é conduzido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), com financiamento do Ministério da Saúde, em parceria com os governos locais.
O diagnóstico da presença da Wolbachia no Aedes aegypti é feito nos laboratórios do WMP Brasil/Fiocruz, por técnicas de biologia molecular. Após identificar o estabelecimento do Aedes aegypti com Wolbachia, não são necessárias novas solturas destes mosquitos. Por isso, o Método Wolbachia do WMP é considerado autossustentável.
Manu Nunes, com informações da Agência de Notícias do Governo do Paraná