O deputado Junji Abe (SP) e demais integrantes da Subcomissão Permanente do Leite (Subleite) da Câmara reuniram-se, nessa quarta-feira (8), com o novo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Antônio Andrade. Na pauta, a cobrança de medidas para aplacar a crise instalada no setor leiteiro, que ameaça a sobrevivência de míni, pequenos e médios produtores, além dos agricultores familiares.
“Com a troca de comando da pasta, somos forçados a começar praticamente do zero, reprisando os relatos das situações dramáticas e reapresentando as reivindicações”, explicou Junji que já havia levado o problema aos antecessores de Andrade sem, no entanto, conseguir as esperadas providências. O deputado ponderou que o novo ministro manifestou “total interesse” em colaborar.
A adoção de medidas de defesa comercial do mercado lácteo brasileiro consta como o item número um das ações definidas como prioritárias no Relatório Parcial 2011/2012, elaborado por representantes da cadeia produtiva. “Produtores brasileiros vêm sendo esmagados pelas importações desenfreadas de produtos lácteos, como soro e leite em pó, vindos de países que subsidiam e muito o setor leiteiro”, lamentou Junji.
A proibição ou, no mínimo, a drástica redução da importação de produtos lácteos vindos de países onde a produção leiteira recebe fartos subsídios governamentais é a reivindicação número um da categoria. “Na mira da mutilação, estão a sobrevivência do setor leiteiro e quatro milhões de empregos, quantidade superior à população uruguaia, país responsável pelo maior volume de exportações de leite em pó para o Brasil”, afirmou Junji. As “importações predatórias” de leite e derivados foram objeto de denúncia pública da Subleite, em dezembro último.
Para o deputado, a inspeção também precisa ser reforçada para impedir misturas indevidas que comprometem a qualidade do produto final. “A ausência de fiscalização fitossanitária coloca no Brasil itens de qualidade duvidosa, numa flagrante ameaça à saúde pública”. Ele apontou ainda a ocorrência de triangulação. Ou seja, o caso de produtos das mais diferentes procedências que entram no Brasil agasalhados pelo Tratado do Mercosul, como se fossem provenientes de Argentina, Uruguai e outros do Cone Sul.
A Subleite também cobra do governo a adoção do preço mínimo de garantia ao produtor de leite. De acordo com Junji, o colegiado defende que a fixação de valor entre de R$ 1,30 e R$ 1,40. Atualmente, quem produz recebe apenas R$ 1,00 por litro.
Da Assessoria