A falta de ações conjuntas do governo federal para fortalecer a cadeia produtiva do leite foi criticada, nesta quarta-feira (17), pelo deputado Junji Abe (SP), durante audiência pública que discutiu a política de confiabilidade do setor, na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (CAPADR).
O parlamentar, que é membro da Subcomissão do Leite, destacou que “o governo deixou de se sensibilizar com a classe”, apesar de todo o potencial econômico por ela gerado. Segundo ele, ações desenvolvidas pelo Ministério da Agricultura não viabilizam o trabalho conjunto com outras pastas. Como exemplo, Junji citou a liberação, por parte do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), da importação de produtos lácteos, como leite em pó e soro, desconsiderando a produção nacional.
“Essa ação prejudica os pequenos produtores brasileiros que não recebem assistência técnica e muitos sequer tem eletricidade para mecanizar sua produção”, destacou. Ainda segundo o deputado, “o Mapa não pode viver a reboque de outros órgãos. Deve retomar as rédeas e ditar as normas que envolvem o agronegócio no País”.
Quanto aos recentes registros de adulteração do leite por parte de transportadores, Junji afirmou que os produtores não são culpados, porém acabam sendo os maiores prejudicados. “Brasileiros de total má-fé, ao transportar o leite, estão fazendo falcatruas, colocando outros produtos misturados, só com o intuito de ganhar dinheiro. E o pior, cada vez que uma denúncia dessa natureza é divulgada, acaba prejudicando ainda mais os produtores, uma vez que gera um índice menor de consumo”, concluiu.
Existe atualmente no Brasil cerca de 1,2 milhão de famílias envolvidas com a cadeia produtiva do leite. Em 2012, foram produzidos de 33 bilhões de litros de leite. Para 2013 a projeção é de 34 bilhões de litros.
Jaque Bassetto