“A sociedade precisa ser conscientizada para evitar o uso indiscriminado das sacolas, porque o que prejudica o meio ambiente não são elas, mas sim o seu descarte indevido”. A afirmação foi feita pelo deputado Junji Abe (SP) após audiência pública realizada na última terça-feira (3), pela Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (CMADS). Participaram do debate representantes do setor de supermercados, da indústria de plásticos e de instituições como o Ministério Público.
O parlamentar acredita que o consumidor tem direito a meios gratuitos para transportar suas compras e entende que a medida imediata a ser adotada é a distribuição gratuita de sacolas oxibiodegradáveis, em substituição às de plástico. Segundo ele, esse tipo de produto some da natureza em 18 meses, enquanto as convencionais demoram anos até a deterioração e são altamente poluentes.
“Não basta simplesmente proibir a distribuição de sacolinhas e fazer o consumidor pagar por oxibiodegradáveis ou retornáveis. É uma cobrança injusta que penalizará em dobro as classes de menor poder aquisitivo, porque inviabiliza o reuso das sacolas para acondicionar o lixo doméstico”.
O deputado assinalou que o “pecado original” do Brasil na gestão dos resíduos sólidos é a utilização de aterros sanitários para disposição final dos detritos. “Enquanto não houver ações para substituir o enterro de lixo por modelos de tecnologia limpa, associada à implantação efetiva da coleta seletiva e da reciclagem, continuaremos patinando em medidas paliativas de parcos resultados, com transferência de contas para a população e danos irreparáveis para as gerações futuras”, concluiu.
Da Assessoria