O deputado Junji Abe (SP), mostrou-se insatisfeito com o resultado da audiência pública realizada nessa quarta-feira (8) com a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, sobre os conflitos de demarcação e desocupação de áreas indígenas. Gleisi admitiu falhas no processo conduzido pela Fundação Nacional do Índio (Funai) e comprometeu-se a apresentar, até o fim deste semestre, uma definição de procedimentos claros para resolver a questão. Para Junji, o compromisso não basta, diante dos “descalabros” registrados nos mais diferentes pontos da Nação.
O parlamentar entende que o governo precisa suspender todos os estudos para criação e ampliação de reservas indígenas, “porque estão contaminados por fraudes. O modelo usado para criar e ampliar reservas indígenas despreza informações técnicas e se dissemina movido por interesses que não são os dos brasileiros”, acusou Junji, ao indicar a escancarada interferência de organizações internacionais nos trabalhos da fundação, com o objetivo de frear a expansão do agronegócio brasileiro e até de se apropriar de riquezas minerais do subsolo nacional. “Para isto, manobram a opinião pública explorando a figura do índio desprotegido”, completou.
Junji também insistiu na aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 215/2000, que atribui ao Congresso Nacional a autorização das demarcações de terras tradicionalmente ocupadas pelos índios e a confirmação das já homologadas. “Uma política indigenista que se preze não pode ser o retrato da atualidade: um festival de excrescências da Funai, que deixa os índios à mercê de interesses internacionais, sem saúde, sem educação e sem segurança, além de mutilar míni e pequenos produtores, igualmente brasileiros, que são expulsos de suas terras, apesar de tê-las comprado com trabalho e muito suor”, pronunciou-se Junji.
Da Assessoria