O deputado Junji Abe (SP), presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Hortifrutiflorigranjeiros, criticou a importação de cebola da Argentina e da Holanda. Segundo o parlamentar, o Brasil é autossuficiente na produção da hortaliça e a concorrência, além de desmotivar produtores a continuar o plantio, reduz o preço. O setor enfrenta ainda, problemas com a armazenagem e o clima. O assunto foi pauta, nesta terça-feira (19), na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (CAPADR).
Junji destacou que entre os meses de abril e julho, os produtores, principalmente das regiões Sudeste e Centro-Oeste, acabaram com suas plantações de cebola, pela falta de preço e mercado. “No momento em que eles tinham capacidade para abastecer o território nacional, o governo, insensível, estava com as janelas e portas abertas para as importações”, justificou.
Segundo Almir Schaffer, presidente da Associação Nacional dos Produtores de Cebola (Anace), no início de novembro, agricultores venderam o produto por R$ 0,25 o quilo, abaixo do custo de produção que é de R$ 0,50. Já os consumidores pagaram em média R$ 2 por quilo. Schaffer enfatiza que a expectativa é de que, com o início da safra no Sul do país, os preços melhorem.
Dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) apontam que são produzidas 1,4 milhão de toneladas de cebola ao ano no país. Cerca de 60 mil famílias sustentam a atividade que gera 180 mil postos de trabalho na fase de produção. O consumo brasileiro é de 100 mil toneladas ao mês.
Jaque Bassetto