O brasileiro trabalhou até 31 de maio somente para pagar impostos, taxas e contribuições aos fiscos federal, estaduais e municipais. Ou seja, a renda bruta do trabalhador nos primeiros 151 dias do ano – o equivalente a mais de 41% – foram para os cofres públicos. Em 2013, a “alforria tributária” chegou um dia mais cedo, em 30 de maio.
As informações estão no estudo Dias Trabalhados para Pagar Tributos – 2014, lançado no mês passado pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT). Segundo o deputado José Humberto (MG), os números evidenciam a urgência de discutir e implementar, com efetividade, mecanismos que tornem mais justa a cobrança de tributos no país.
“Estamos no limite da nossa carga tributária, e eu não votei e nem voto nada que acarrete qualquer aumento de taxa. É humanamente impossível pensar que se possa transferir para o contribuinte uma carga tão grande sabendo que a contrapartida dos serviços não corresponde ao que ele paga”, disse José Humberto.
O deputado ressalta que os impostos não voltam ao cidadão na forma do que ele mais precisa: “Não conseguimos garantir ao trabalhador, que tem sua retenção no imposto de renda, saúde, educação e segurança de qualidade. Em muitas cidades, os comerciantes têm que se fechar atrás de grades e colocar faixas pedindo para não serem mais assaltados naquele mês”.
O parlamentar defende também que seja revisto o fato de o Brasil vivenciar sua carga tributária por meio do consumo e não baseado em renda. “Os impostos embutidos nos preços das mercadorias é uma injustiça tributária, pois faz com que todos, independentemente da classe social, paguem o mesmo valor de tributos”, avalia José Humberto.
De acordo com o IBPT, o brasileiro trabalha mais do que a população da Hungria, da Alemanha e da Bélgica para pagar impostos. Mas, nesses países, a qualidade de vida é reconhecidamente melhor do que no Brasil.
Da Assessoria