O deputado José Carlos Araújo (BA) criticou a postura do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, ao se recusar a responder às perguntas da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga supostas fraudes na estatal envolvendo uma extensa lista de políticos. Senadores e deputados se reuniram, nesta quarta-feira (17), depois de o Congresso Nacional solicitar a oitiva do acusado. Paulo Roberto Costa, porém, fez valer o direito de ficar calado.
“O Paulo Roberto está no centro deste picadeiro que é a Petrobras e optou por não ajudar nas investigações desta comissão. Ele podia muito bem ter dito lá no Paraná que não falaria, evitando assim, todo este desgaste. Mas não, preferiu vir aqui com todo este cinismo e nos impede de dar uma resposta mais rápida ao país”, disse o deputado.
Diante do silêncio do ex-diretor, os parlamentares chegaram a votar pela realização de uma sessão secreta com o intuito de que Paulo Roberto Costa pudesse contribuir com as investigações, mas a medida foi rejeitada pela maioria. A expectativa, segundo Araújo, era de que o ex-diretor da estatal falasse sobre as acusações, já que ele fez um acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal.
O parlamentar votou contra a sessão fechada por considerar que a mesma daria ‘brecha’ para inúmeras interpretações. “Temos que agir de forma clara, transparente. Se não falou em sessão aberta, também não falaria em sessão fechada. O povo quer saber, quer se informar do que estamos fazendo. De nada adiantaria uma sessão privada”, destacou.
O ex-diretor está preso desde março após operação da Polícia Federal que ficou conhecida como Lava Jato. O esquema pode ter movimentado até R$ 10 bilhões em superfaturamento de contratos, segundo estimativa da PF.
Renan Bortoletto