Afastamento de peemedebista pelo STF pode ser irreversível, avaliam líderes
Apostando na irreversibilidade da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o afastamento de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) da Presidência da Câmara, já que algumas interpretações acreditam que só a própria Corte Suprema poderia suspender a ação, líderes de diversos partidos já pensam numa câmara baixa pós-Cunha e articulam as bases para escolher o novo presidente da casa legislativa.
A expectativa é que Eduardo Cunha renuncie à Presidência da Câmara para salvar o mandato quando o parecer do Conselho de Ética seguir para a votação no Plenário da Casa. A salvação vem sendo articulada com partidos conhecidos como “baixo clero” e que são aliados do peemedebista. Com a renúncia, o presidente interino, deputado Waldir Maranhão (PP-MA), teria que deixar a cadeira.
Rogério Rosso (PSD), Jovair Arantes (PTB) e Antônio Imbassahy (PSDB) são os nomes postos
Até o momento atual, o que pesa como capital político na Casa é a exitosa condução do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, na perspectiva dos anti-governistas, que são os que têm mais peso para eleger o líder. Por isso, a bolsa de apostas parlamentar aponta o presidente da comissão do impeachment, deputado Rogério Rosso (PSD-DF), como o nome que desponta na lista. Na mesma lógica de força, aparece o deputado Jovair Arantes (PTB-ES), que produziu o relatório da comissão de impeachment aprovado no Plenário da Câmara por 367 votos a 137.
A oposição vem tentando emplacar o deputado Antônio Imbassahy (PSDB-BA). O PSDB tem pelo menos duas frentes de argumentação: a primeira delas é o crédito dos tucanos na votação do impeachment, que viabilizou a possível chegada do PMDB, partido mais forte da Câmara, ao Palácio do Planalto. O outro ponto é o apoio que o PSDB dará ao eventual governo de Michel Temer. Atualmente, Temer e tucanos negociam ministérios. No comando da Câmara, o PSDB sinaliza que poderia dar alguma segurança para Temer, como presidente, aprovar as medidas do governo.
Apesar do cenário bastante negativo para Eduardo Cunha, o deputado insiste em afirmar, ao menos publicamente, que não vai renunciar nem ao mandato nem à Presidência da Câmara, seguro de que poderá vencer a batalha quando seu processo por quebra de decoro parlamentar chegar ao Plenário da Casa.