“Nem sempre reter uma obra de infraestrutura nas estradas com licença ambiental ou em órgãos de controle é melhor para o país”. A afirmação foi feita pelo deputado Jaime Martins (MG), durante audiência pública realizada pela Comissão de Viação e Transportes (CVT), nesta quarta-feira (11), com a participação do ministro dos Transportes, César Borges.
Martins lamentou as centenas de acidentes que ocorrem todos os anos nas estradas. “A falta de infraestrutura de transporte no país provoca 50 mil mortes no trânsito a cada ano. Precisamos focar nesse ponto, pois a sociedade já demonstrou, em manifesto, que não suporta mais a indiferença na questão da mobilidade urbana”, disse.
O parlamentar acredita que o principal fator de retardamento das obras de infraestrutura das rodovias e ferrovias é a burocracia. “Para fazer uma obra se gasta uma década quando na verdade o projeto de engenharia e construção leva apenas um ano. Devido à burocracia dos órgãos controladores e de licenciamento ambiental os projetos envelhecem”, explicou.
Martins reforçou que o transporte de cargas, por meio ferroviário, seria a melhor solução para aliviar os engarrafamentos nas estradas. “Sei que jamais alcançaremos o padrão de velocidade da China na construção de trens-bala, mas também não podemos ter o padrão de morosidade brasileira. Não podemos continuar transportando nossas cargas pelas rodovias, porque além de perdermos competitividade, é flagrantemente mais caro e perdemos vidas”, concluiu.
O ministro César Borges apresentou os planos e metas da Pasta para o próximo ano e informou que o trem de alta velocidade que vai interligar Rio de Janeiro, São Paulo e Campinas continua nos planos. “Como este ano só tivemos um interessado em participar da concessão, o governo adiou o processo de licitação para escolher a tecnologia a ser utilizada na operação”, declarou.
Carola Ribeiro