“O deputado Marcos Rogério (PDT-RO) terá 40 dias para apresentar seu parecer para o processo contra Luiz Argôlo (SD-BA)”. O anúncio foi feito pelo presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, deputado Ricardo Izar (SP), nesta quarta-feira (25), em reunião do Colegiado.
Argôlo é acusado de suposto envolvimento com o doleiro Alberto Youssef, preso na operação Lava-Jato da Polícia Federal. Em apresentação do plano de trabalho, Marcos Rogério disse que, inicialmente, quer ouvir Argôlo, seu chefe de gabinete, Vanilton Bezerra, o doleiro e os proprietários das empresas citadas em reportagens.
Argôlo já apresentou à mesa diretora da Câmara sua defesa e, segundo Rogério, ele questiona a veracidade das acusações apresentadas na representação.
Caso Vargas
Pela segunda vez, as testemunhas convidadas pelo relator, Júlio Delgado (PSB-MG), no processo contra o deputado licenciado André Vargas (sem partido-PR) não compareceram. Delgado dispensou as testemunhas e disse que “o silêncio também vai contribuir para a conclusão do relatório”.
Seriam ouvidos o secretário do Ministério da Saúde, Carlos Gadelha (acusado de intermediar negociações com o laboratório Labogen), o presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Rui Falcão, o líder da sigla na Câmara, Vicentinho (SP) e o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP). Vaccarezza enviou justificativa e pediu para ser ouvido na próxima terça-feira (1º).
Izar lembrou que a videoconferência com o doleiro será realizada na próxima quarta-feira (2). “Youssef será a última testemunha requerida pelo relator Delgado e a primeira da defesa. O prazo final para apresentar o relatório termina no dia 24 de julho”, acrescentou.
Na oportunidade, o relator do processo contra Argôlo também vai questioná-lo sobre as negociações com o deputado baiano.
Convocação
Izar acredita que uma alteração do regimento interno da Casa poderia evitar a ausência de testemunhas em casos futuros. “Vamos apresentar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para incluir no Conselho, assim como acontece nas comissões permanentes, o poder de convocar ministros ou membros do governo. Precisamos desse dispositivo, pois as testemunhas são fundamentais para dar mais clareza aos fatos aqui investigados”.
Carola Ribeiro