“A Justiça Federal do Paraná aceitou a petição apresentada pela defesa de Alberto Youssef solicitando o cancelamento da videoconferência de amanhã (2) para preservar seu direito de ficar em silêncio”. O anúncio do presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, deputado Ricardo Izar (SP), foi feito, nesta terça-feira (1), durante reunião do Colegiado.
Alberto Youssef foi preso no início do ano na operação Lava-Jato, da Polícia Federal, por lavagem de dinheiro. O doleiro seria testemunha tanto da defesa quanto da relatoria no processo contra o deputado licenciado, André Vargas (sem partido-PR), acusado de ter envolvimento com ele.
Após o anúncio, Izar deu início a oitiva para ouvir o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), amigo do deputado licenciado e do doleiro. Vaccarezza negou qualquer envolvimento nas negociações entre Vargas e Youssef e afirmou que nunca houve reunião em sua residência.
“Sou amigo de André Vargas há mais de 20 anos e nunca estive reunido com ele ou com Youssef para negociar nada em meu apartamento. Não houve interferência política do PT [Partido dos Trabalhadores] nos contratos entre o Labogen [laboratório supostamente utilizado para lavagem de dinheiro] e o Ministério da Saúde. A saída de André do PT foi uma decisão dele e a solicitação ao TSE [Tribunal Superior Eleitoral] de retirar o mandato foi da executiva nacional do partido”, respondeu Vaccarezza.
Amanhã (2), às 10h, o Conselho ouvirá os donos do laboratório Labogen, encerrando o ciclo de depoimentos arrolados pelo relator, Júlio Delgado (PSB-MG).
Carola Ribeiro