O deputado Hélio Santos (MA) questionou a demarcação de terras realizada pela Fundação Nacional do Índio (Funai) no estado do Maranhão. Segundo ele, os índios que vivem nas áreas de Governador e Awa-Guajá declararam não ter interesse em mais terra. “Não sabemos o que está por trás da decisão da Funai em aumentar essas áreas. Se lá houvesse indígenas fazendo questão do aumento até existiria justificativa, mas não é o caso”, ponderou. O assunto foi debatido, na terça-feira (20), em audiência pública que tratou do tema na Comissão de Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e da Amazônia (CINDRA).
O parlamentar afirmou que a intenção não é prejudicar os indígenas. “Ao contrário, precisamos ajudá-los. No caso do Maranhão, por exemplo, vemos o sofrimento deles com a falta da presença do governo, de escola, postos de saúde e qualidade de vida. Não é o aumento de terras que vai resolver o problema. Eles precisam de assistência”, justificou.
Segundo Hélio Santos, os proprietários das terras atingidas pelas demarcações estão preocupados com os conflitos que podem ocorrer caso não haja entendimento. “É o caso de Amarante, cidade antiga, com fazendas e propriedades centenárias que possuem documentos e registro cartorial. Os proprietários estão desesperados, inquietos e inseguros. A situação é grave. Eles dizem que preferem morrer a deixar a área”.
Estudos para criação da terra indígena dos Awá-Guajá comprovam que as demarcações afetarão diretamente a vida de 40 mil pessoas de quatro municípios. No caso de Governador, sua ampliação, segundo relatos locais, abrangerá 75% do município de Amarante.
Jaque Bassetto