O deputado Rômulo Gouveia (PB), vice-líder do PSD, cobrou mais agilidade no início do terceiro turno das obras de transposição do Rio São Francisco. Em audiência requerida pelo parlamentar e promovida pela Comissão Mista Permanente Sobre Mudanças Climáticas (CMMC), nesta quarta-feira (9), ele debateu com representantes do Ministério da Integração Nacional e da Agência Nacional de Águas (Ana) alternativas para a crise hídrica que afeta municípios paraibanos, em especial, os que pertencem ao complexo da Borborema.
“Estamos nos encaminhando para o quinto ano de seca e isso é muito sério. Temos mananciais com 3% de sua capacidade. Nessa audiência, assumimos o compromisso de tentar agilizar para janeiro (2016) o início das obras do terceiro turno para reduzir o cronograma. As alternativas mencionadas por eles, como a adutora de engate [tubulação para transportar água], a perfuração de poços para captação de águas e a dessalinização são boas ideias, mas paliativas”, declarou Goveia que é relator da comissão especial que analisa o tema na Câmara.
O assessor especial do ministro da Integração Nacional, Irani Ramos Braga, declarou que um dos projetos do órgão objetiva reservar até 140 metros cúbicos por segundo de água e que a Pasta tem se empenhado em propostas de sustentabilidade hídrica. Ele solicitou aos parlamentares que incluam, no orçamento anual, mais recursos para aperfeiçoar projetos alternativos. “Precisamos otimizar a utilização de águas tratadas e olhar com atenção todas as bacias hidrográficas.”
O diretor de gestão da Ana, Paulo Lopes Varella, avaliou que as chuvas para o próximo ano ficarão abaixo da média e, por isso, o uso e reuso da água devem ser conscientes. “Estamos sete anos atrasados na entrega dessa obra de transposição. Uma série de medidas está sendo tomada, mas precisamos mudar a cultura do manejo. Por exemplo, a água salgada não pode ser ingerida por nós, mas serve para plantações e limpeza. O uso tem que ser racional.”
Carola Ribeiro