Deputado Goulart (SP) – Foto: Cláudio Araújo
O deputado Goulart (SP) manifestou, nesta terça-feira (1º), preocupação com os critérios adotados nas operações realizadas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) durante audiência da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga o banco. O colegiado ouviu o vice-presidente da instituição, Wagner Bittencourt de Oliveira, e a diretora de comércio exterior, Luciene Ferreira Monteiro Machado.
Goulart destacou especialmente o caso do empréstimo, no valor de R$ 250 milhões, feito ao Frigorífico Independência, logo após a empresa entrar com o pedido de recuperação judicial. Ele questionou os depoentes sobre as garantias exigidas para a concessão dos créditos. Oliveira informou que a empresa não possuía histórico de inadimplência e que, por isso, não foi possível detectar sua deterioração.
“Essa garantia que eles dizem exigir, infelizmente não foi suficiente no caso do frigorífico. Então, acho que o BNDES tem que ir atrás para receber esse dinheiro. Quando o cidadão comum, a pequena empresa procura um empréstimo, muitas vezes abre mão pelo cansaço, pela dificuldade em atender às exigências que lhes são impostas. Para o frigorífico parece que não houve tanta dificuldade assim”, observou Goulart.
O parlamentar ainda questionou os dirigentes sobre doações eleitorais feitas pelo grupo JBS, também do setor alimentício, no valor de R$ 85 milhões.
“O BNDES é sócio do JBS, com 23%, ou seja, cerca de R$ 85 milhões do total do dinheiro era do banco. O vice-presidente argumentou que a instituição não participa das decisões dos sócios. Se não participo de uma decisão sobre doações desse porte, não estou cuidando bem da empresa. O BNDES, ao que parece, está sendo um excelente parceiro. Ele é meu sócio e tomo a decisão sozinho?”, criticou Goulart.
Demétrius Crispim