Presidente da Câmara é investigado no Conselho de Ética da Casa.
Peemedebista nega ter contas no exterior; PT também liberou representantes.
As bancadas do PSDB e do PSD na Câmara liberaram os seus representantes no Conselho de Ética para votar conforme as convicções de cada um no processo que investiga se o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), quebrou o decoro parlamentar. As informações foram confirmadas nesta terça-feira (10) pelos líderes da minoria, Bruno Araújo (PSDB-PE), e do PSD, Rogério Rosso (PSD-DF).
Alvo da Operação Lava Jato, Cunha é acusado de ter mentido à CPI da Petrobras quando disse que não possuía contas bancárias no exterior, além de não ter informado à Justiça Eleitoral a existência desses recursos.
Embora negue ser dono de contas na Suíça, conforme denúncia do Ministério Público Federal, o peemedebista admitiu ter o usufruto de ativos mantidos no país europeu. Ele alega que esses recursos são provenientes da venda de produtos alimentícios para países da África na década de 1980.
Segundo Bruno Araújo, a bancada tucana liberou os dois deputados que representam o PSDB no colegiado para votarem como quiserem. A bancada entrega absoluta confiança aos seus dois membros no conselho, que dão demonstrações de reputarem como graves os fatos, disse.
Ele ponderou ainda que as explicações dadas até o momento por Cunha sobre o dinheiro no exterior não parecem suficientes e que os integrantes do PSDB no Conselho de Ética passarão a representar a inquietação da bancada.
O líder do PSD disse que a posição da bancada também foi liberar seus dois representantes no colegiado, entre eles o presidente do conselho, deputado José Carlos Araújo (PSD-BA), a votarem como acharem melhor.
O partido não terá qualquer influência na atuação deles. O partido libera para votarem de acordo com as suas convicções, disse Rosso.
Líder do PT diz que não haverá ‘enquadramento’ A bancada do PT também autorizou que os integrantes petistas do colegiado não precisem seguir orientação do partido, apesar do posicionamento do presidnete nacional do partido, Rui Falcão, em reunião do Diretório do PT no fim de outubro.
De acordo com o líder do PT na Câmara, Sibá Machado (AC), não haverá enquadramento da legenda aos deputados que fazem parte do colegiado.