Parlamentares se irritaram com fala de advogado que quis defender Dilma.
Deputados também acusaram colegas de tentar furar fila ao fazer inscrição.
A sessão da comissão especial do impeachment na Câmara desta quarta-feira (6), agendada para a apresentação do parecer do relator, deputado Jovair Arantes (PTB-GO), foi marcada por tumulto logo no início da reunião. A confusão começou porque o advogado-geral da União substituto, Fernando Luiz Albuquerque Faria, pediu a palavra para fazer a defesa da presidente Dilma Rousseff. Deputados da oposição reagiram e começaram a gritar. O presidente da comissão, Rogério Rosso (PSD-DF), havia explicado que somente os integrantes da comissão têm direito à palavra durante a sessão e que o momento seria destinado apenas à apresentação do relatório. Ele afirmou que o advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, já tinha apresentado aos deputados os argumentos da defesa, e que outros advogados poderiam acompanhar a sessão, mas em silêncio.
Possível afastamento de Dilma é analisado
O representante da AGU começou, então, a falar com Rosso, o que revoltou deputados da oposição. Aos gritos de “vagabundo”, os parlamentares ficaram em pé e começaram a gritar para ele se calar. O deputado Paulo Pimenta (PT-RS) criticou o tumulto gerado com a tentativa de Fernando Luiz Albuquerque Faria de se pronunciar. Quero manifestar minha inconformidade com os colegas que se manifestaram na comissão, vários deles usando palavras ofensivas, disse. O deputado Wadih Damous (PT-RJ) afirmou que impedir que o advogado fale em favor da presidente Dilma Rousseff é cercear a defesa. Quero, primeiramente, me solidarizar com o colega que quase foi escorraçado. Ao se negar a palavra ao advogado da senhora excelentíssima presidente da República está se violando a Constituição e o estatuto da advocacia, declarou.
O deputado Nilson Leitão (PSDB-MT) rebateu os argumentos de Damous e acusou governistas de quererem atrasar o andamento da sessão. É claro que estão querendo atrasar, disse.