Uma audiência pública na Comissão do Esporte da Câmara ouviu, na quarta-feira (24), representantes de clubes sociais e esportivos sobre o repasse e utilização dos recursos das loterias esportivas. O foco é o projeto de lei (PL 6.718/16), que altera o montante desses valores. Para o deputado Fábio Mitidieri (SE), “a preocupação é que os recursos das loterias recebidos pelo Comitê Brasileiro de Clubes sejam efetivamente usados no desporto.”
Trinta e dois clubes, sindicatos e federações de clubes participaram dos debates. Segundo os dirigentes esportivos, cerca de 80% dos atletas olímpicos brasileiros estão vinculados a esses tipos de clubes. De acordo com a Lei 9.615/98, os 245 clubes sociais e esportivos do Brasil têm direito a 0,5% dos recursos brutos arrecadados com as loterias. Em 2017, esse montante foi de aproximadamente R$ 61 milhões de reais. Os clubes defendem que esse percentual aumente em 100%.
Para o presidente do Comitê Brasileiro de Clubes (CBC), Jair Alfredo Pereira, a instituição atua com transparência. “É uma cultura nossa, brasileira, a formação de atletas olímpicos sempre acontece nos clubes sociais e esportivos. Como representante desses clubes, o CBC procura fazer com que esse recurso realmente chegue no seu fim.”
O diretor da Confederação Nacional de Clubes (Fenaclubes), Edson Garcia, explicou como funciona a distribuição dos recursos para os clubes. “Do recurso que vem, 10% vai para o esporte escolar, 5% para o esporte universitário, 15% para o paraolímpico. Nós gastamos no máximo 20% em despesa administrativa. Sobra 50% para o esporte olímpico.”
Presidente do conselho deliberativo do Minas Tênis Clube, Sérgio Bruno Zech Coelho, criticou os recursos que estariam sendo gastos com administração pelo Comitê Brasileiro de Clubes (CBC). “Eu acho que se tiver que ter mais dinheiro, ótimo. Nós precisamos de recursos para aplicar efetivamente no esporte, mas tem que ser aplicado no esporte, na ponta.”
O projeto de lei que aumenta os recursos para a formação de atletas pelos clubes sociais e esportivos seria votado nesta semana. No entanto, um pedido de vista, para que os deputados possam avaliar melhor o projeto, adiou a votação para a próxima semana.
Informações da Agência Câmara.