Estado de Minas | Política: Pressão por novas eleições para a mesa

Brasília — Líderes aliados de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) já articulam a renúncia dos deputados Waldir Maranhão (PP-MA) e Giaboco (PR-PR) dos cargos de primeiro e segundo vice-presidentes da Câmara, respectivamente. A ideia é tentar provocar a realização de uma nova eleição para vice-presidentes, que assumem interinamente o comando da Casa com o afastamento de Cunha.

Em reservado, deputados de partidos como PTB, PSD, PR e até do PP, sigla de Maranhão, avaliam que o atual presidente interino da Câmara não tem a “menor condição” de presidir a Casa. Também não acreditam que Giaboco tenha articulação suficiente para assumir o posto. Por isso, esses líderes querem a escolha de novos vice-presidentes “de pulso”.

A ideia de novas eleições para a mesa foi discutida em reunião de deputados do chamado “centrão” e até da oposição, ainda na manhã de ontem, antes, portanto, da decisão do plenário do Supremo Tribunal Federal (STF). O discurso era de que a decisão liminar do ministro do STF Teori Zavascki contra o peemedebista causou “perplexidade” entre os parlamentares, principalmente em relação ao afastamento do mandato de deputado. Para líderes, a decisão pode abrir um precedente perigoso.

Líderes do PSDB, DEM, PSB e PPS também se reuniram e divulgaram nota declarando que o cargo de presidente da Câmara está vago, o que pode ensejar a realização de novas eleições para o comando da Casa. O entendimento é que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), de afastar Cunha por tempo indeterminado, na prática significa a vacância do cargo. Logo em seguida à divulgação da nota, os líderes da oposição se reuniram com líderes dos partidos da base que apoiam Cunha no gabinete do primeiro-secretário Beto Mansur (PRB-SP).

A saída via cassação pelo Conselho de Ética foi descartada, porque demoraria muito. Outra alternativa seria os aliados convencerem Cunha a renunciar ao mandato de presidente da Câmara, para colocar um aliado no cargo. “Como a decisão do Supremo é pelo afastamento absolutamente indefinido, acabou decretando a vacância do cargo e consequentemente nova eleição para a presidência da Câmara” disse o deputado Bruno Araújo (PSDB-PE) ao sair da reunião.

Os nomes mais cotados para concorrer aos postos numa eventual nova eleição são os dos líderes do PTB, Jovair Arantes (GO); do PSD, Rogério Rosso (DF); do PSC, André Moura (SE); e do vice-líder do PR, Maurício Quintella (AL). Todos são aliados de primeira hora de Eduardo Cunha na Câmara.

ABSURDO Assessores de Waldir Maranhão classificaram como “absurdas” as especulações de uma possível renúncia do deputado do cargo de primeiro vice-presidente da Casa. Segundo eles, “é impossível isso acontecer”. “Não há a possibilidade de isso acontecer”, rebateu um deles. De acordo com esse assessor, o presidente em exercício da Câmara já recebeu o apoio de “mais de 100” deputados logo após assumir a cadeira de Eduardo Cunha. A maioria dos apoios vem de deputados do PT, PCdoB e PSOL, partidos que fazem oposição a Cunha na Casa.

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