Estado de Minas | Política: Líderes apontam enfraquecimento

Brasília — Líderes dos partidos comemoraram o afastamento de Eduardo Cunha da presidência da Câmara. No plenário, parlamentares se revezavam em discursos para defender a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki. Candidato a sucessor do peemedebista, Rogério Rosso (DF), líder do PSD e ex-presidente da comissão especial do impeachment, lembrou que o afastamento de um presidente da Câmara é “novidade na República”, mas que não há dúvidas de que a decisão da Corte será cumprida.

Líder da Rede, partido que entrou com a ação pedindo o afastamento de Cunha no STF, o deputado Alessandro Molon (RJ) lembrou que o primeiro movimento de legendas pedindo a saída de Cunha aconteceu em novembro passado, quando os deputados recorreram à Procuradoria-Geral da República (PGR). Molon disse que Teori tomou uma decisão “corajosa”, compreendeu a urgência da situação e que sua sensação é que será confirmada pelo pleno da Corte. Para Molon, o peemedebista não podia usar o mandato, a presidência da Câmara, e ficar impune. “Ele podia muito, mas não podia tudo. O limite dele é a lei”, comemorou. A expectativa do líder é de que Cunha se enfraqueça politicamente agora e que o processo por quebra de decoro no Conselho de Ética se acelere. “Não ganhamos ainda a guerra, mas ganhamos certamente uma das batalhas mais importantes da Casa”, resumiu Molon.

Outro a celebrar a decisão do STF foi o líder da bancada do PSOL, Ivan Valente (SP). O parlamentar considerou a decisão tardia, mas acredita que a mesma que contribuirá para não desmoralizar a Câmara. “Nunca ele poderia ter presidido o processo de impeachment. Cunha mancha o Congresso Nacional“, comentou. Valente também prevê o enfraquecimento do peemedebista e diz que dificilmente seus aliados continuarão o apoiando na Casa. “Cunha é do tipo que cai atirando. Tem muita gente com medo dele”, declarou. A deputada Luiza Erundina (PSOL-SP) – que recentemente numa rebelião em plenário sentou-se na cadeira de Cunha – definiu o afastamento de Cunha como “vitória da democracia” e disse que a Casa precisa resgatar sua credibilidade. “A Casa deveria ter afastado há muito tempo esse deputado corrupto”, afirmou.

“O ministro Teori acaba de tomar uma das mais extraordinárias e corajosas decisões da história político-judiciária do Brasil”

Joaquim Barbosa, ex-ministro do STF “É bom (o afastamento de Cunha), porque o Conselho de Ética vai analisar com tranquilidade e mais segurança. Cunha realmente atrapalhava as investigações”

Deputado federal José Carlos Araújo (PR-BA), presidente do Conselho de Ética “O outrora todo poderoso deputado do meu estado, Eduardo Cunha”

Marco Aurélio Mello, ministro do STF “É uma decisão que chegou tarde. Eduardo Cunha deveria ter sido retirado antes da Presidência da Câmara, diante da gravidade das acusações contra ele”

Senador Álvaro Dias (PR), líder do PV “A decisão do Supremo, ainda que tardia, foi necessária e vem cumprir uma requisito fundamental que é a não desmoralização da Câmara dos Deputados”

Deputado federal Ivan Valente (SP), líder do PSOL na Câmara “É uma decisão extremamente positiva e, inclusive, veio atrasada e reforça a visão que nós temos sobre toda a ilegimitidade que culminou no processo de impeachment no plenário da Câmara”

Deputado federal Henrique Fontana (RS), líder do PT na Câmara

Assuntos:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *