Integrantes das bancadas dos três partidos no Senado discutem qual a melhor forma de atuação para tentar rejeitar o pedido
BRASÍLIA – Integrantes das bancadas do PT, do PDT e do PC do B no Senado reúnem-se na tarde desta segunda-feira, 18, para traçar uma estratégia de atuação após a decisão da Câmara dos Deputados neste domingo, 17, de aceitar a admissibilidade do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Os aliados da petista discutem qual a melhor forma de atuação para tentar rejeitar o pedido de afastamento, que deverá ser votado em breve pelo plenário da Casa.
Participam do encontro todos os integrantes da banca do PT – exceto o senador Donizete Nogueira (TO) – além do pedetista Telmário Mota (RR) e da comunista Vanessa Grazziotin (AM).
Na chegada ao encontro, que ocorre no gabinete da liderança do governo no Senado, Vanessa disse que a tramitação do pedido de impeachment na Casa terá um tratamento diferente ao que ocorreu na Câmara. “Aqui no Senado a história é diferente”, disse ela ao afirmar que na Casa será debatido o mérito da questão.
Impeachment: veja os votos curiosos dos deputados
Ânimos exaltados
Em sessão para votar sobre o processo de impeachment da presidente Dilma, deputados citaram familiares e religião em seus discursos. Outros foram além e mencionaram personalidades que já morreram, o período dos governos militares no Brasil (1964-1985) e até o Corinthians.
Em sessão para votar sobre o processo de impeachment da presidente Dilma, deputados citaram familiares e religião em seus discursos. Outros foram além e mencionaram personalidades que já morreram, o período dos governos militares no Brasil (1964-1985) e até o Corinthians. Em seu voto a favor do impeachment, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) afirmou: “Que Deus tenha misericórdia dessa nação”. O deputado é investigado por corrupção na Operação Lava Jato.O deputado Paulo Maluf (PP-SP) votou pelo prosseguimento do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Mais cedo, porém, ao chegar à Câmara dos Deputados, ele afirmou: “Dilma é uma mulher honesta, correta, uma Virgem Maria que foi contratada para ser cozinheira em um ambiente menos honesto”. Ele completou: “Para a presidente não tem nenhuma questão jurídica, mas acho que o Brasil precisa de mudança”. Clique aqui e veja mais.Mais conhecido como Tiririca, o deputado Francisco Everardo Oliveira Silva (PR-SP) votou sim ao impeachment de Dilma Rousseff após fazer suspense. Clique aqui e veja mais.Jair Bolsonaro e seu filho Eduardo, ambos do PSC-RJ, votaram a favor do impeachment de Dilma e citaram o regime militar de 1964: “Perderam em 64, perderam agora em 2016. Contra o comunismo, pela família, pela liberdade”, disse Jair Bolsonaro, que mencionou o coronel Brilhante Ustra, ex-chefe do DOI-CODI, em seu discurso.O deputado Marco Feliciano (PSC-SP) afirmou em seu voto: “Com ajuda de Deus, pela minha família e pelo povo brasileiro, pelos evangélicos da nação toda, pelos meninos do MBL, pelo Vem pra Rua, dizendo que Olavo tem razão, dizendo tchau para essa querida, e dizendo tchau ao PT, partido das trevas, eu voto sim!”O deputado Éder Mauro (PSD-PA) votou a favor do impeachment de Dilma e afirmou que se posicionaria contra todos os “bandidos” que queriam destruir o País com “a proposta de que criança troque de sexo e aprenda sexo na escola com 6 anos de idade”. A fala do deputado causou constrangimento na sessão.Ex-presidente do Corinthians, o deputado Andrés Sanchez (PT-SP) afirmou: “Meus filhos não queriam que eu entrasse na política, a maioria dos corintianos também não. Mas, infelizmente, entrei. Meu voto é não!”.Já conhecido como ‘deputado dos confetes’, Wladimir Costa (SD-PA) (à direita) repetiu a comemoração inusitada ao votar a favor do impedimento da presidente Dilma. Na foto, ele aparece com o deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), o Paulinho da Força, que também votou a favor do impeachment e afirmou em seu discurso: “Acabou a boquinha!”.Um dosparlamentares que criticou Eduardo Cunha em seu voto, o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) chamou o presidente da Câmara de gângster e afirmou: “O que dá sustentação à sua cadeira é o enxofre”. Ele votou contra o impeachment de Dilma.O deputado Valdir Colatto (PMDB-SC) afirmou que os agricultores foram enganados pelo governo: “Se os agricultores não plantam, ninguém almoça nem janta. Eu voto sim!”.
Ricardo Brito – O Estado de S.Paulo