Articulação envolve apoio dos que votaram contra o impeachment à candidatura avulsa de partido aliado do Planalto
Reduzido a uma força política sem condições de disputar a sucessão na Câmara dos Deputados, o PT e aliados da presidente afastada Dilma Rousseff desencadearam uma articulação para tentar rachar a base do presidente interino, Michel Temer, na eleição para presidente da Casa.
A expectativa é que a escolha de um presidente da Câmara tampão ocorra nos próximos meses, uma vez que Eduardo Cunha eleito para o posto no ano passado, mas afastado pelo STF enfrenta um processo de cassação em estágio avançado, já aprovado pelo Conselho de Ética.
A ideia em discussão é mobilizar as bancadas que votaram majoritariamente contra o impeachment de Dilma basicamente PT, PDT e PCdoB em apoio a uma candidatura que, embora da base de Temer, não seja a preferida do centrão nem do Palácio do Planalto. O tema foi discutido hoje em reunião com a participação do presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão, na liderança do PCdoB na Casa.
Há três nomes que, dizem os deputados do PT, hoje se encaixariam no perfil: Giacobo (PR), Rodrigo Maia (DEM) e Júlio Delgado (PSB). Em comum, os três têm a ambição de presidir a Câmara até janeiro do ano que vem.
O centrão junção de partidos que orbitaram em torno de Eduardo Cunha quer, por outro lado, emplacar um presidente que represente seu grupo. O preferido deles para o posto é Rogério Rosso, do PSD. E o centrão quer o apoio de Temer na eleição.
RICARDO DELLA COLETTA