O deputado Eleuses Paiva (SP), vice-líder do PSD, externou sua preocupação com a formação médica no Brasil durante audiência pública, nesta terça-feira (2), na Comissão de Seguridade Social e Família. “Tem nos assustado muito a abertura indiscriminada de cursos de medicina e a falta de docentes capacitados. Não somos contra o aumento de profissionais, mas questionamos a qualidade do ensino. Acredito que demos um passo importante nesse debate, pelo menos para despertar no Executivo, a preocupação que existe com essa carência de aparelho formador qualificado”, justificou Paiva.
O parlamentar também criticou o fato de médicos estrangeiros que participam do programa Mais Médicos não passarem pelo processo de revalidação de seus diplomas. “Qualquer país minimamente sério avalia a entrada de profissionais. Brasileiros são avaliados em outras nações. Não para fechar as fronteiras, mas para ter capacitação profissional adequada. Quando ele não atinge o mínimo exigido faz um curso para se capacitar melhor”, destacou o deputado.
Florentino Cardoso, presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), afirmou que o debate em torno do tema precisa ser aprofundado. Ele destacou que é necessária a participação de instituições e pessoas que conheçam o sistema de saúde brasileiro. Além disso, Cardoso enfatizou que a AMB não é contrária à vinda de médicos estrangeiros. “Desde que seja avaliado em termos de conhecimento, habilidade e atitude. Não podemos permitir que uma pessoa seja formada em determinado país e tenha privilégios para vir aqui trabalhar.”
Alexandre Medeiros de Figueiredo, representante do Ministério da Saúde, defendeu que o governo tem investido na formação de docentes e está discutindo um novo processo de mestrado profissional.
Jaque Bassetto