“O financiamento das campanhas precisa ser alterado para mudar o perfil da representatividade política no país. Após as manifestações, em junho de 2013, acreditamos no avanço da reforma eleitoral, mas se ele ocorreu, foi milimétrico”. A afirmação foi feita pelo vice-líder do PSD, deputado Eleuses Paiva (SP), durante discurso em plenário, nessa segunda-feira (26).
O parlamentar criticou o andamento das reformas política e tributária, além das ações governamentais na área da saúde. Para ele, trata-se de pontos importantes para o desenvolvimento do país que merecem maior atenção da classe política.
“É triste que não tenhamos conseguido avançar na reforma tributária. A maneira como são divididos os recursos nos três segmentos está fora da realidade. O governo federal fica com 65%, 68% de toda a arrecadação, os estados, de 22% a 27%. Sobra aos municípios apenas de 5% a 9%, o que os mantêm sempre com o pires na mão, aceitando a responsabilidade de cuidar dos grandes problemas sociais, mas com um aporte de recursos insuficiente”, afirmou.
Eleuses destacou que apenas 8,4% do Produto Interno Bruto (PIB) são investidos na área da saúde. “Vivemos o pior momento dos últimos 50 anos. Não falo aqui com um tom partidário ou de oposição. Saúde deve ser consenso”, afirmou. Para ele, falta priorização para o tema. “Tanto que temos um projeto de lei de iniciativa popular pedindo que esta Casa vote 10% dos recursos do governo federal para a saúde”.
O parlamentar também ressaltou a importância da contribuição das Santas Casas de Misericórdia, que vivem um momento de crise. “Estão fechando 12 mil leitos. Vemos unidades de terapias intensivas totalmente sucateadas. É um descaso com o dinheiro público. Temos pouco e gastamos mal”, finalizou.
Carola Ribeiro