O deputado Delegado Éder Mauro (PA) voltou a reforçar que os três pontos causadores das mortes dos jovens no país são a desagregação da família, a ausência de políticas públicas e o envolvimento com drogas (uso ou tráfico). A consideração do parlamentar foi feita, nesta terça-feira (19), durante audiência pública realizada pela CPI da Violência contra Jovens Negros e Pobres.
“Os dois participantes reforçaram o que defendo aqui desde o início da CPI, ou seja, que os jovens não têm oportunidades. As políticas de saúde, educação, transportes, moradias, não existem para a população pobre. Não há programas que incluam essas pessoas. Para cursar uma faculdade, por exemplo, o pobre tem que recorrer ao Fies [Fundo de Financiamento Estudantil].”
Dados apresentados pelo sociólogo Valter Roberto Silvério endossaram a afirmativa do Delegado Éder Mauro, em relação à renda, acesso à saúde e à educação. Ele lamentou o desperdício da capacidade intelectual desses jovens. “Em 2010, 65,5% dos jovens assassinados possuíam renda inferior a meio salário mínimo. Entre os 15 e 19 anos, negros e pardos somaram 7.437 mortes, enquanto brancos e amarelos, 2.483 homicídios. Estamos perdendo mais do que vidas, perdemos verdadeiros talentos científicos.”
João Jorge Rodrigues, presidente do Olodum, disse que, na história do Brasil, “a cultura de civilização e inclusão é desastrosa”, e que “a mídia estimula a caça aos diferentes”. Ele cobrou dos parlamentares políticas mais democráticas para que aumente o número de jovens negros e pobres dentro de instituições, inclusive no Parlamento.
Carola Ribeiro
1 Comentários