Em audiência pública promovida pela CPI que investiga as mortes de jovens negros e pobres no Brasil, nesta terça-feira (23), o deputado Delegado Éder Mauro (PA) questionou os convidados sobre a causa dos homicídios. O secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Alexandre Moraes, apontou que o tráfico de drogas e o homicídio passional estão entre os principais motivos.
“Os esclarecimentos prestados reforçaram ainda mais o que acredito ser o tripé desses crimes: a desagregação da família, a ausência de políticas públicas e o envolvimento com o crime, sobretudo, com as drogas. Está claro que os jovens morrem por conflitos nas áreas de tráfico”, declarou Éder Mauro.
Moraes afirmou que a realidade de cada estado se diferencia em vários aspectos e, em especial, no número de agentes nas ruas. Para o secretário, “a redução no número de homicídios se dá em decorrência do treinamento de policiais e a atuação nas áreas com maior movimentação criminosa”.
Éder Mauro parabenizou a atuação das polícias (civil e militar) e evidenciou a diferença entre os estados. “Muitos estados tem um contingente policial cerca de duas vezes menor do que deveria, levando-se em conta o número de habitantes e a extensão territorial. Em São Paulo, são 93 mil policiais militares, enquanto no Pará, são 14 mil na ativa. Precisamos de gestores que possam dar credibilidade ao trabalho da polícia para que ela atue com transparência em defesa da família e do cidadão de bem.”
O secretário apresentou ainda dados que indicam que o aumento no número de apreensões de menores se dá por conta do tráfico de drogas e de roubos. “Podemos contabilizar que 31% dos internados são por tráfico, embora os juízes só os detenham quando apanhados pela segunda vez. Outros 48% são detidos por roubo.”
A próxima audiência pública do colegiado vai ouvir representantes do Pará, estado que ocupa o 8º lugar no ranking de homicídios contra adolescentes.
Carola Ribeiro
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