O deputado Dr. Paulo César (RJ), chamou a atenção em plenário, nessa segunda-feira (30), para os riscos da obesidade, enfermidade que assola metade da população brasileira, conforme pesquisa da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), divulgada no final de agosto. “O problema atinge todas as regiões do País, todas as classes sociais e o que é ainda mais grave, todas as faixas etárias”, pontuou.
De acordo com o parlamentar, a quantidade de crianças brasileiras acima do peso mais que dobrou nas últimas duas décadas. Atualmente, segundo ele, uma em cada três, está acima do peso e isso se deve a um conjunto de fatores como má alimentação (domiciliar e escolar) e a falta de atividade física.
“O aumento da obesidade na infância e adolescência é um fenômeno muito grave, pois afeta diretamente a expectativa e a qualidade de vida das novas gerações. A situação é tão nociva à saúde pública que a Organização Mundial de Saúde (OMS) aprovou, em maio passado, resolução que recomenda esforços para a regressão da obesidade no mundo até 2020”, observou.
Dr. Paulo César acredita que a baixa escolaridade e o acesso precário à informação são outras razões que explicam o avanço da obesidade entre a população mais carente. “Infelizmente, as pessoas mais pobres costumam consumir alimentos baratos que, em geral, são bastante calóricas. Como possuem difícil acesso a frutas e verduras, correm maiores riscos de tornarem-se obesas, mas mal nutridas”.
Ainda segundo ele, as doenças relacionadas à obesidade oneram em R$ 500 milhões por ano os cofres públicos. “Aproximadamente 25% desse valor destina-se a pacientes com obesidade mórbida que, segundo o Ministério da Saúde, custam cerca de 60 vezes mais do que uma pessoa obesa sem gravidade”.
O parlamentar alertou também que a obesidade é fator de risco para duas graves doenças crônicas que geralmente se manifestam juntas: o diabetes tipo 2 e a hipertensão arterial. O número de hipertensos e diabéticos adultos hoje no Brasil já ultrapassa a casa de 40 milhões.
“Em razão do caráter epidêmico, a obesidade deixou de ser uma questão pessoal e transformou-se num desafio à saúde pública. Temos que nos unir para impedir o sofrimento e os elevados gastos públicos que decorrem de hábitos de vida inadequados, como má alimentação e sedentarismo”, finalizou Dr. Paulo César.
Danielle Marques
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