Deputados veem mudança de governo como saída para crise

Os deputados Goulart (SP) e Evandro Roman (PR) declararam apoio ao relatório de Jovair Arantes (PTB-GO) que defendeu a admissibilidade do processo de impeachment da presidente Dilma Roussef, na comissão especial que analisa o tema. Na noite desta sexta-feira (8), ao antecipar os votos, os dois pessedistas ressaltaram que a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) foi descumprida, em especial, no que diz respeito aos pedidos de empréstimos aos bancos públicos para evitar saldo negativo do Tesouro Nacional.

Eles reforçaram que a mudança de governo sinalizará ao mercado que a crise foi pacificada. “A LRF foi totalmente ignorada. Eles [o governo] não tinham condições de absorver empréstimos, mas fizeram. Pagaram os bancos privados e deixaram o BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social] e o Banco do Brasil para trás por mais de quatro anos. Isso demonstra total falta de responsabilidade com o dinheiro público”, manifestou Goulart.

Ele avaliou ainda que, ano passado mais de quatro mil empresas foram fechadas e, neste ano, mais da metade também já paralisou as atividades. “O comércio tem dificuldades para pagar funcionários, as empresas para fechar contas ao final do mês e a taxa de desemprego já atingiu mais de 10%. É necessário que haja um reequilíbrio para que os empresários voltem a investir no país.”

Evandro Roman ponderou que o relatório não deixou dúvidas em relação ao crime cometido. Para ele, a mudança do governo vai trazer de volta a credibilidade do país junto ao mercado internacional. “Com a saída de Dilma, monta-se um governo de coalizão e os investidores internacionais entenderão que a crise no Brasil foi pacificada. Aí sim, voltaremos a crescer e respirar novos ares”, disse Roman.

Após mais de 13 horas de discussão, foi encerrado o debate. Todos os inscritos presentes foram ouvidos (61 deputados). O presidente da comissão especial, Rogério Rosso (DF), informou que haverá nova sessão na segunda-feira (11), a partir das 10h, quando serão ouvidos os líderes,  o presidente da Advocacia Geral da União (AGU), Eduardo Cardozo, e o relator, Jovair Arantes (PTB-GO). Em seguida será realizada a votação do relatório.

Carola Ribeiro

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