A comissão mista que discute a Medida Provisória 621/13, que instituiu o Programa Mais Médicos, realizou audiência pública, nesta terça-feira (3), para debater o provimento de vagas em regiões de difícil acesso e o exercício profissional. O deputado Eleuses Paiva (SP), vice-líder do PSD, voltou a defender a carreira de Estado (PEC 454/09) para a categoria e a residência para todos os alunos.
“Com a carreira, o profissional começa atuando em locais mais distantes, mas gradativamente poderá ir para os grandes centros. É uma maneira de incentivo”, justificou. Eleuses é relator da proposta e afirmou que vai sugerir novamente a vinda dos ministros da Saúde e do Trabalho à Câmara para debater a forma de pagamento estabelecida para os médicos cubanos.
O deputado Dr. Paulo César (RJ) avaliou como positiva a vinda de médicos estrangeiros ao país. “O programa é bastante interessante, em sua essência. É preciso que a sociedade entenda que nos rincões mais distantes do país não há acesso a médico nenhum. Eles precisam de um atendimento básico, profissionais que trabalhem de forma efetiva e com qualidade na área de atenção básica à saúde”, justificou.
Dr. Paulo César é favorável à realização do Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos (Revalida) e da residência para todos os alunos. “O exame precisa cobrar questões sobre atenção básica, que é a medicina primária”, salientou.
Florentino Cardoso, presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), afirmou que o programa é equivocado. Ele destacou que a entidade considera como principais problemas da área, o subfinanciamento, a má gestão e a corrupção. “A MP não ataca nenhum deles”. Cardoso disse que a preocupação do governo é defender quantidade. “Nós defendemos qualidade, na quantidade adequada”, concluiu.
Jaque Bassetto