Os deputados Marcos Montes (MG) e Delegado Éder Mauro (PA) criticaram, nesta quarta-feira (13), a falta de esclarecimentos do secretário de finanças e administração da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Aristides Veras. O representante da entidade foi convocado pela CPI destinada a investigar a atuação da Fundação Nacional do Índio (Funai) e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) na demarcação de terras indígenas e de remanescentes de quilombos.
Veras fez discurso durante cerimônia no Palácio do Planalto no início deste mês, onde teria incitado filiados à Contag a invadir terras. O depoente conseguiu liminar na justiça, que lhe garantiu o direito de permanecer em silêncio durante a CPI. Para Montes, a entidade deveria ter emitido nota sobre o ocorrido e o depoente se explicado aos parlamentares.
“Ele poderia ter pedido desculpa pelo momento de ansiedade e de nervosismo no qual ele estava, mas se manteve em silêncio. A Contag é uma entidade que nós respeitamos, mas deveria ter se manifestado, dizendo que Aristides não falava em nome da confederação”, enfatizou o parlamentar.
Deputado Delegado Éder Mauro destacou que o representante da entidade estimulou a violência. “Insuflar a violência ao lado de uma presidente que aplaude uma situação dessas… eu não poderia deixar de questioná-lo de o porquê ele estar insuflando a violência no momento em que o país atravessa.”
Durante os trabalhos da comissão, o relator da CPI questionou o patrimônio do representante da Contag. “Um secretário da Contag com patrimônio altíssimo é algo a se estranhar. Ele precisava explicar isso. Nós queremos saber a origem de tudo isso e porque essa incitação na frente da presidente da república, chamando todos para invadir as propriedades brasileiras e também os gabinetes dos deputados”, disse Montes.
Também participou da audiência pública, o deputado pessedista Evandro Roman (PR).
Diane Lourenço