Os deputados do PSD aprovaram as medidas apresentadas pelo Espaço Democrático, na segunda-feira (22), que busca dar ao Governo Federal alternativa ao Programa Mais Médicos, instituído pela Medida Provisória 621/13.
Médico e vice-líder do PSD, o deputado Eleuses Paiva (SP) foi um dos idealizadores das propostas. Durante o debate em São Paulo defendeu a criação da carreira de Estado para médicos, a destinação de 10% da receita corrente bruta da União para o financiamento da saúde e residência médica para todos os alunos de medicina.
O deputado Marcos Montes (MG) que também é médico e vice-líder do PSD destacou que a MP proposta pelo Executivo é equivocada, porém serviu para trazer à tona o debate sobre a “deterioração” da saúde pública no país. “O espaço democrático está de acordo com o que a sociedade quer discutir. Essas três propostas mostram com clareza que se o Executivo quiser, tem em mãos instrumentos para melhorar a saúde do país”, enfatizou.
Walter Ihoshi (SP) afirmou que o tratamento de qualidade não depende só de médicos. “É preciso investir em infraestrutura e oferecer condições de trabalho decentes a esses profissionais. Faltam estímulos para os doutores dos grandes centros urbanos se deslocarem para o interior, e para as áreas mais carentes. Uma carreira de estado para esses médicos é preciso”, justificou.
As propostas do Espaço Democrático também foram defendidas pelo deputado Geraldo Thadeu (MG). “É realmente necessário investir 10% do orçamento na saúde, não podemos abrir mão disso. Para que o médico tenha uma qualificação prática ele precisa cumprir o currículo escolar e isso inclui a residência médica para todos os alunos. Esses debates sobre a saúde abrem a perspectiva de solução”, salientou.
Guilherme Campos (SP) ex-líder do PSD falou da necessidade de investimentos na saúde. “Hoje o governo federal está livre para destinar o quanto quer à saúde, diferentemente do que ocorre com os estados e municípios. Apesar de ser contra o engessamento do orçamento, a fixação de um valor, no caso 10%, seria uma medida de transição”, declarou.
O deputado Armando Vergílio (GO), que apresentou 34 emendas a MP, defendeu a criação da carreira de estado para médico, com a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 454/09. Segundo ele, a proposta é viável, factível e de curto prazo. “É claro que não adianta criar carreira de estado sem que haja por parte do governo federal o investimento adequado nas unidades de saúde do interior. Não adianta fixar o médico lá se ele não tiver as condições de trabalho minimamente necessárias para exercer a sua profissão”, afirmou.
Os parlamentares pretendem desenvolver um trabalho de força-tarefa no Congresso para colocar em votação e aprovar os projetos voltados para a área da saúde.
Jaqueline Bassetto
1 Comentários