A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga casos de maus-tratos a animais ouviu, nesta quinta-feira (27), duas testemunhas do caso ocorrido em Apodi (RN), que envolve o abatimento ilegal de jumentos para consumo humano. A carne chegou a ser servida em um almoço na localidade.
Para o presidente da comissão, deputado Ricardo Izar (SP), as oitivas demonstraram que um dos principais envolvidos no episódio, o promotor de justiça Silvio Britto, terá que, obrigatoriamente, comparecer à CPI para prestar esclarecimentos, uma vez que não atendeu à convocação para a sessão dessa quinta-feira.
“Ficou claro o abuso de poder público do promotor. Primeiro por não respeitar a Constituição no que diz respeito a preservar a fauna do país. Depois, porque não houve inspeção sanitária no abate, que foi perigoso e colocou em risco a saúde humana”, afirmou.
A primeira testemunha ouvida, a advogada Vânia Diógenes, integrante da Comissão de Defesa Ambiental da OAB de Mossoró (RN), exibiu um vídeo que mostrou a forma como os animais foram abatidos. “O responsável pelo abrigo informou que os jumentos estavam doentes e que desconhecia as razões pelas quais eles foram retirados”, ressaltou.
Em seguida, foi ouvido o engenheiro agrônomo Joaquim Crispiniano Neto. “Quando tomei conhecimento do abate clandestino, aguardei por uma providência do poder público e fui surpreendido pela proposta do promotor de justiça para uso da carne como alimento em penitenciárias e na rede pública de ensino”, ressaltou.
A CPI volta a se reunir na próxima terça-feira (1º).
Demétrius Crispim