A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura supostos maus-tratos a animais ouviu, nesta terça-feira (15), o presidente do Instituto Royal, Romeu Pereira de Souza. Ao presidente do colegiado, deputado Ricardo Izar (SP), Souza afirmou que a Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) agiu de forma transparente na obtenção de recursos federais para a realização de pesquisas e negou qualquer tipo de crueldade contra os animais.
Depois de mais de duas horas de questionamentos, Izar afirmou que muitas respostas ficaram em branco. “Ele não soube dizer o número de animais usados para pesquisa, quantos foram doados, vendidos ou mortos. Isso mostra que a CPI ainda tem muito que investigar”, informou.
O parlamentar também perguntou sobre o apoio da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), órgão ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia, ao Instituto Royal. Após ter projeto aprovado, o instituto teria recebido R$ 5,2 milhões. “Deste montante, devolvemos ao Finep R$ 4,7 milhões por conta do fechamento da organização e a paralisação dos projetos”, rebateu Souza.
O presidente ainda confirmou aos parlamentares que trabalhava como advogado da área de licitações do laboratório Cristália que, de acordo com ele, era o cliente mais ativo do instituto.
Izar também questionou a afirmação de Souza de que o instituto direcionava suas pesquisas apenas para a área médica. Segundo o parlamentar, eram feitos outros testes para o setor agropecuário e de cosméticos. “Temos registros até de prestação de serviços para uma empresa que desenvolvia estudos com a matéria-prima do eucalipto”.
Invasão – O Instituto Royal foi invadido em outubro de 2013 por um grupo de ativistas que relatou maus-tratos a animais usados para pesquisas na área da medicina. Na ocasião, foram resgatados 178 cães da raça beagle, sete coelhos e mais de 200 camundongos. Os ativistas também destruíram arquivos e pastas de pesquisas que estavam em andamento.
Renan Bortoletto