Correio Braziliense | Brasília-DF

por Denise Rothenburg

O vaivém de quem já foi “Nem tão rápido que pareça golpe, nem tão devagar que pareça receio de assumir o poder”. Esse é o ponto em que o PMDB se encontra hoje. O encontro de Lula com Renan Calheiros e José Sarney ontem em Brasília deveria ter reunido mais integrantes do partido que alegaram outros compromissos e não compareceram. O máximo que o governo conseguiu foi arrancar declarações críticas de Renan, tanto à reunião do diretório nacional marcada para a semana que vem quanto às conversas entre tucanos e peemedebistas.

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Os ministros peemedebistas se mobilizaram, mas não conseguiram nem adiar o encontro do diretório e nem tampouco a moção de desembarque. Michel Temer ainda tentou ontem, num primeiro momento, fazer o gesto do adiamento. Muito cobrado pelo seu grupo — o que faz oposição ao governo — , assentiu. Agora, dizem os oposicionistas, não tem mais espaço para recuar. Assim como Dilma, o PMDB vive dias de matar ou morrer.

Sunday, bloody Sunday

A intenção de Eduardo Cunha, de marcar a votação no impeachment na Câmara para um domingo, é vista por governistas e oposicionistas como uma “temeridade”. O conflito na Praça dos Três Poderes, dizem alguns, será inevitável. Será um domingo sangrento, como diz a música do U2. Em tempo: O impeachment de Collor foi votado numa terça-feira.

O placar na comissão será de 40 a 25″

Do deputado

Danilo Forte (PSB-CE), que integra o colegiado

Ver para crer

Depois da reunião dos governadores em Brasília, os assessores fizeram questão de esperar pelo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, a fim de conferir o texto final do acordo sobre a dívida dos estados. Alguns diziam que, quando se trata da administração da presidente Dilma, já foram tantos acordos quebrados que, para saber se deu certo, é preciso ler o texto e as entrelinhas.

Se dependesse de Tombini

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, traçou um cenário otimista para a economia, com a curva da inflação em trajetória descendente e aumento dos investimentos diretos. Só tem um probleminha que ele não disse, mas ficou na cabeça dos senadores: a crise política está tão grande que até o pequeno respiro da economia fica embaçado.

CURTIDAS

Olho nele/ O deputado Rogério Rosso (foto) tem passado nos testes de “magistrado” na Comissão Especial do impeachment. Governo e oposição monitoram com uma lupa as ações dele na presidência dos trabalhos. Até aqui, tudo bem.

Enquanto isso, em Lisboa/ O seminário luso-brasileiro de direito que, da parte brasileira, é promovido pelo Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP), terá abertura de Michel Temer, na próxima terça-feira e encerramento com a presença dos tucanos Aécio Neves e José Serra e do petista Jorge Viana (PT-AC)

Por falar em Serra/ O senador tucano se dirigia ontem ao gabinete do presidente do Senado, Renan Calheiros, justamente quando o governador Geraldo Alckmin saía. Serra, de repente, deu a volta: “Aqui está muito amassa-amassa. Vamos pelo outro lado”.

Deixe seu recado após o sinal/ O PT registrou: para conversar com Lula, o vice-presidente Michel Temer não tem tempo. Mas dedicou três horas para discutir a crise com o presidente do PSDB, Aécio Neves

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