O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar ouviu, nesta quarta-feira (2), os donos do laboratório Labogen, Leonardo Meirelles e Esdra Ferreira. Segundo investigações da Polícia Federal, o laboratório teria sido utilizado para lavagem de dinheiro em esquema do doleiro Alberto Youssef, preso no início do ano na operação Lava-Jato.
O vice-presidente do Colegiado, deputado José Carlos Araújo (BA), questionou a situação financeira de Meirelles (dono de 90% das ações do Labogen) quando assumiu a dívida da empresa, no momento da compra, em 2010.
“Fiquei intrigado com o patrimônio que ele acumulou tendo apenas 39 anos. Ele comprou uma empresa que devia 54 milhões de dólares, mas disse claramente que não vem de família abastada e que não ganhou na loteria. Também não respondeu de onde saíram os recursos para a aquisição”.
Meirelles admitiu ter recebido de Youssef a quantia de R$ 3 milhões para a construção da nova sede da Labogen, em Indaiatuba, no interior de São Paulo, mas negou qualquer envolvimento do deputado licenciado André Vargas (sem partido-PR) nas negociações com investidores.
Ferreira, por sua vez, recusou-se a responder qualquer questionamento do Conselho, que encerrou as oitivas de testemunhas arroladas pelo relator do processo, deputado Júlio Delgado (PSB-MG).
O Colegiado aguarda o convite das testemunhas de defesa a serem indicadas pelo advogado de Vargas, Michel Salim.
Caso Argôlo
O Conselho recebeu, ainda, do deputado Marcos Rogério (PDT-RO), relator da representação contra do deputado Luiz Argôlo (SD-BA), seu plano de trabalho preliminar. O parlamentar quer ouvir inicialmente o chefe de gabinete de Argôlo, Vanílton Bezerra, que, segundo reportagens, recebeu R$ 120 mil de Youssef.
A reunião está agendada para a próxima quarta-feira (9).
Carola Ribeiro