O presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, deputado Ricardo Izar (SP), afirmou que a votação do relatório sobre o processo contra o deputado Luiz Argôlo (SD-BA) pode acontecer logo após as eleições. Nesta terça-feira (2), encerrou-se a fase de oitivas e depoimentos e o parecer do relator deve ser entregue até o final de setembro.
Izar ressaltou que a conclusão do processo é importante, mesmo no final do ano legislativo, para garantir a inelegibilidade e a perda dos direitos políticos do parlamentar em caso de condenação. “Vamos acelerar o máximo possível e tentar dar uma resposta para a sociedade antes de encerrar a legislatura. Acho que dá tempo. Temos 90 dias para concluir o processo. De uma forma ou de outra, precisamos que ir até o final.”
Luiz Argôlo surpreendeu parlamentares ao comparecer ao Conselho de Ética e antecipar em um dia o depoimento que estava marcado para amanhã. O conselho ouviu seus esclarecimentos sobre o processo que apura quebra de decoro parlamentar em função de relações com o doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal na Operação Lava Jato. Argôlo garantiu que não tem qualquer sociedade com o doleiro e explicou que a troca de mensagens, interceptada pela PF, tratava unicamente de um negócio privado de família.
Antes do depoimento de Argôlo, o colegiado ouviu quatro testemunhas de defesa, que pouco falaram sobre as denúncias de suposto envolvimento entre o parlamentar e Youssef e apenas afirmaram que o deputado é honesto e trabalhador..
O deputado José Carlos Araújo (BA) declarou que a reunião foi muito esclarecedora, pois Argôlo relatou o contexto da troca de mensagens que estabelecia com Yousseff. “O depoimento contribuiu para que possa votar de forma consciente”.
Caso Rodrigo Bethlem
Na oportunidade, Ricardo Izar esclareceu que o nome do relator no caso do deputado Rodrigo Bethlem (PMDB-RJ), será definido nos próximos dias. “Hoje fizemos o sorteio de três nomes. Vou conversar com eles e ver se algum deles está impedido e fazer a escolha. Isso deve acontecer já na próxima semana”. Bethlem é acusado de desvio de recursos enquanto ocupava a Secretaria de Assistência Social da Prefeitura do Rio de Janeiro.
Renata Guimarães