“Os reajustes da Petrobras não devem ser só para salvar ela mesma do rombo no caixa”, a indignação foi registrada pelo deputado Joaquim Passarinho (PA) durante audiência pública requerida por ele. “Essa solicitação de debate que eu fiz no ano passado para tratar do aumento dos preços do combustível no Brasil já mostrava nossa preocupação com o tema e mostra a total falta de uma política de preços dos combustíveis”, disse o parlamentar.
As discussões aconteceram na quarta-feira (23), na Comissão de Minas e Energia, um dia após reunião entre os ministros da Fazenda, Eduardo Guardia, e de Minas e Energia, Moreira Franco, para debater os reajustes nos preços dos combustíveis. Caminhoneiros de todo país protestam contra a alta que consideram abusivas.
“A dona de casa, o trabalhador, o agricultor, o transportador, e esse país não vai mais aceitar isso. A população não aguenta mais. Todos sabemos que a carga tributária e o aumento do combustível geram inflação. O governo tem que rever isso”, reforçou Passarinho.
A Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis) já havia levado a solicitação de audiência pública ao deputado Passarinho. Para o presidente da entidade, Paulo Miranda Soares, a carga tributária é alta. “A média nacional é de 46%, ou seja, dos R$ 4,60 o litro de gasolina, R$ 2,30 são só de impostos. O governo precisa racionalizar isso”.
Também participaram das discussões representantes do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), da Agência Nacional do Petróleo (ANP) e da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC). A Petrobrás também foi convidada para participar dos debates, mas não compareceu. Na próxima semana está prevista uma comissão geral no Congresso para debater o tema.
Diane Lourenço