O nível dos reservatórios do sistema Cantareira, em São Paulo, está em 13% da capacidade. A informação foi dada pelo deputado Guilherme Campos (SP), ex-líder do PSD, em debate, nesta quinta-feira (3), na Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio (CDEIC), sobre os riscos de falta de água no Estado.
O parlamentar, que propôs a discussão, aponta o racionamento e a prevenção como soluções para a grave situação. “No mesmo dia no ano passado essa disponibilidade de água era da ordem de 60%. Não vejo alternativa para a região que não seja o racionamento”, afirmou.
A audiência contou com a presença de Vicente Andreu Guillo, diretor-presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), e Ricardo Araújo, representante da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Eles confirmaram a possibilidade de racionamento. “Precisamos agora de medidas preventivas e de torcer para que chova”, disse o presidente da ANA. “Não há solução a curto prazo. Temos que continuar tentando manter o abastecimento dentro das restrições”, complementou Araújo.
O deputado Roberto Santiago (SP), vice-líder do PSD, criticou o governo de São Paulo ea Sabesp pela gestão da água. “A recuperação do sistema Cantareira vai demorar no mínimo 15 anos. Temos ainda a Copa do Mundo, com milhares de turistas, o que agrava a situação”.
A possível captação de água de um afluente do Rio Paraíba do Sul, no Rio de Janeiro, para socorrer o sistema Cantareira, também foi discutido durante a audiência. A medida vem gerando embate entre os governos carioca e paulista. “Querem politizar e passionalizar uma decisão técnica. Tirando a paixão da discussão, é uma solução razoável”, afirmou Campos. Guillo informou que irá reunir os estados para encontrar uma saída.
Luís Lourenço