Espírito de corpo Dos 13 parlamentares com mandatojá denunciados pela Lava Jato, apenas um – Eduardo Cunha, réu em duas ações – foi alvo de representação dos pares no Conselho de Ética. Mesmo Nelson Meurer (PP-PR), o segundo réu da operação, passou batido pela Câmara. Em 2015 e 2016, os parlamentares já acionaram o conselho até por ofensas em plenário, mas silenciaram sobre as acusações da Procuradoria-Geral da República. “O conselho está morto”, sentencia um procurador.
Venda casada Para os integrantes do centrão, uma vitória de Rogério Rosso (PSD-DF) para um mandato tampão na presidência da Câmara pavimenta o caminho para a eleição de Jovair Arantes (PTB-GO) ao posto em 2017.
Ó nóis aqui O PMDB, no entanto, não assistirá quieto à ascensão do bloco rival: “Um acordo agora é possível. Não pode haver ruído. Mas, em 2017, a bancada certamente reivindicará a cadeira”.
Velho marinheiro Temer já falou pessoalmente com deputados sobre a sucessão. Pediu um nome de consenso. Sabe que uma guerra interna na base pode prejudicar a votação do limite de gastos e, em alguns meses, da reforma da previdência.
É tudo nosso O Planalto quer votar propostas originárias do Congresso como forma de prestigiar iniciativas de partidos aliados.
Reciclagem Um exemplo é o projeto sobre sigilo de dados. Palacianos querem tirar a urgência de um texto enviado anteriormente pelo Executivo para privilegiar o do senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE).
Novo grupo Temer vai instituir um “núcleo de infraestrutura” composto por ministros eparlamentares. Um dos primeiros pontos de discussão será o projeto de securitização das dívidas, de José Serra. Quer aplicar os recursos em obras do setor.
Na saúde e na doença O PT dará suporte a Paulo Bernardo dizendo que sua prisão foi um exagero, mas não entrará de cabeça em sua defesa. Para dirigentes, o ex-ministro agia em benefício eleitoral próprio, não da sigla.
Já pra casa A mulher e a filha de João Vaccari Neto, preso desde 2015, são as que mais pressionam para que o ex-tesoureiro petista faça um acordo de delação premiada.
Vade retro A área econômica do governo não quer nem ouvir falar em renegociação das dívidas dos Estados com o BNDES – benesse que a equipe política do Executivo está doida para dar.
Nem aí A renegociação das dívidas com municípios tampouco está no radar do Ministério da Fazenda.
Suando frio A Operação Custo Brasil trouxe mau presságio a escritórios de advocacia. Há um sentimento geral de que as bancas podem se tornar novo alvo da Lava Jato.
Tapete persa O governo brasileiro considera aproveitar um imbróglio nas negociações com a Nigéria para tirá-la da lista de fornecedores de petróleo. Se o país africano não baixar tarifas de importação a produtos agrícolas, o país pode trocá-lo pelo Irã.
Vá de ônibus A penúria do Rio é tamanha que processos dos quais o Estado é parte interessada estão demorando mais a andar porque não há como transportar documentos. Os carros da Secretaria de Fazenda estão sem gasolina há meses.
Faz um vale aí A secretaria reconhece que, desde abril, convive com problemas de abastecimento. Mas diz que se vira como pode: recorre a malotes e coloca combustível nos veículos quando há “casos mais urgentes”.
Apaga a vela Apesar da torcida dos rivais, e de alguns colegas de partido, Celso Russomanno (PRB) promete manter sua candidatura à Prefeitura de SP. Quer fechar seu marqueteiro logo.
TIROTEIO
Só falta agora Dilma ficar indignada com a saída do Reino Unido da União Europeia, dizer que é golpe e recorrer ao Supremo.
DO DEPUTADO LÚCIO VIEIRA LIMA (PMDB-BA), criticando Dilma Rousseff por apresentar diversos recursos ao STF contra seu processo de impeachment.
CONTRAPONTO
Vai indo que eu não vou No dia seguinte à aprovação do pedido de cassação de Eduardo Cunha no Conselho de Ética, a CCJ da Câmara discutia uma alteração no Código de Processo Civil.
Alessandro Molon (Rede-RJ), contrário ao texto, pediu a retirada do tema da pauta. Em seguida, porém, foi informado de que a comissão conseguiria derrotá-lo. Molon solicitou, então, a retirada do pedido de retirada.
O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) não se conteve: – Baixou a síndrome de Wladimir Costa aqui! – afirmou, lembrando o deputado do Solidariedade que dera indícios de que votaria a favor de Eduardo Cunha, mas mudou de lado após a cassação já ter sido sacramentada.
Por Painel