“A Rede Record iniciou na segunda-feira uma série de reportagens intitulada “Mariana – Lama Sem Fim”, sobre a situação das famílias, que continuam sem perspectiva três anos depois da tragédia que atingiu o distrito de Bento Rodrigues, em Mariana-MG.
Me refiro ao rompimento da Barragem do Fundão, desastre que provocou a morte de 19 pessoas, deixou cerca de mil desabrigados, contaminou o Rio Doce, e abalou a vida de 500 mil habitantes das mais de 40 cidades atingidas em Minas Gerais e no Espírito Santo, e tornou-se o maior desastre ambiental da história do País, com danos socioambientais incalculáveis.
Parabenizo a Rede Record pela iniciativa de manter em pauta o tema, pois são cerca de 400 famílias que perderam seus lares, mas cabe repercutir o problema aqui também, no Parlamento. A reconstrução das casas se arrasta. O prazo agora é o ano de 2020, um desrespeito.
Lamentavelmente, o desastre de Mariana tem em comum com a recente tragédia de Brumadinho o nome da multinacional brasileira VALE S.A., que operava ambas as barragens, já que é uma das controladoras da Samarco Mineração S.A., responsável por Fundão. Agora, a empresa também está na mira da Receita Federal. Não bastasse as tragédias ambiental e humana causadas pela VALE, a mídia nacional revela que a empresa é suspeita de sonegação de 23 bilhões de reais em impostos nas exportações de minério de ferro entre 2009 e 2015.
Este valor seria mais do que suficiente para, ao menos, reabilitar materialmente a vida das pessoas que hoje estão sem lar em Mariana, como também de todos os afetados em Brumadinho. Já passou da hora deles terem garantidos seu legítimo direito de voltarem a viver com dignidade.
Os órgãos competentes precisam fazer com que a VALE agilize, e efetive, o cumprimento de suas obrigações para com esses cidadãos”.
Deputado Alexandre Serfiotis (PSD-RJ)