Ao debater as medidas de combate à corrupção, nesta terça-feira (11), na comissão especial que analisa o tema na Câmara dos Deputados, o vice-líder do PSD e presidente do colegiado, deputado Joaquim Passarinho (PA), disse que o projeto vai combater o crime institucionalizado. “O crime não-organizado, o que é institucional, esse é mais difícil de ser combatido porque a grande arma é o diário oficial”, disse.
Para o delegado aposentado da Polícia Federal, Jorge Pontes, esse tipo de infração está enraizado no poder. “Há uma grande diferença entre o crime organizado e o crime institucionalizado. Nós estamos enfrentando um novo monstro, se trata do crime institucional dividido em cargos e ministérios. É um crime de poder e uma delinquência governamental.”
Na mesma linha de pensamento, a jornalista e colunista Eliane Catanhêde, disse que a corrupção é sistêmica. “Ela é resultado da impunidade, da facilidade e da ramificação. É assim que a corrupção se torna sistêmica como ela se tornou no nosso país. Então, eu concordo que na situação brasileira ela sai do conceito de organização criminosa e passa a ser institucionalizada e nós temos como ‘case’ a Petrobras.”
SOCIEDADE ORGANIZADA
Estavam no debate as representantes da sociedade civil. Ana Paula Sayão participou diretamente da coleta das assinaturas e disse ter visto de perto o quanto a população anseia por esta medida. “A sociedade está super carente e necessitada desse projeto. As pessoas não aguentam mais viver um país corrupto, então quando apareceu esse projeto as pessoas se apoiaram nisso como uma luz no fim do túnel”.
Para a cidadã Rosa Richter essa comissão é a mais relevante do parlamento.”O que precisamos é mudar as leis e tirar as brechas que facilitam a corrupção. Essa comissão é onde vamos estancar essa torneira aberta. A sociedade civil está aqui para mostrar que é o povo que manda no país, então esse é o basta da sociedade.”
A previsão é que o relatório final da comissão seja apresentado em novembro e encaminhado para votação no plenário da Câmara. “Nós temos que ter uma ampla maioria na comissão porque isso com certeza vai se refletir no plenário e essa casa pode encerrar o ano dando à população uma mostra de que ela acompanha os movimentos de rua, que ela acompanha esse sentimento de mudança”, finalizou Passarinho.
Diane Lourenço