A partir de 2017, meninos com idade entre 12 e 13 anos também serão imunizados contra o papilomavírus humano, o HPV. Desde 2014, a vacina é oferecida gratuitamente para meninas de 9 a 13 anos. A decisão do Ministério da Saúde veio após uma indicação do deputado federal Herculano Passos (PSD-SP) enviada em março deste ano.
“Em 2010, durante meu segundo mandato como prefeito de Itu, trouxemos a vacina para o Brasil. Fomos a primeira cidade a oferecer a imunização que mais tarde passou a ser feita em todo o Brasil. Mas descobriu-se que vacinar os meninos é ainda mais eficiente, uma vez que, normalmente, os homens têm mais parceiros sexuais que as mulheres. Então fiz uma indicação ao Ministério da Saúde e, nesta semana, recebemos a notícia de que ela foi acatada”, comemorou o deputado.
O vírus HPV é transmitido principalmente durante relações sexuais, por isso é importante que meninos e meninas sejam vacinados antes de iniciarem a vida sexual. A vacina protege principalmente contra o câncer de colo do útero, uma das doenças que mais mata mulheres no mundo.
“O Brasil será o primeiro país da América Latina e o sétimo no mundo a oferecer gratuitamente a vacina contra o HPV para meninos. A expectativa é imunizar em torno de 3,6 milhões de meninos no ano que vem, além de 99,5 mil crianças e jovens de 9 a 26 anos que vivem com HIV”, explicou o parlamentar.
Mudanças
Conforme o Ministério da Saúde, a faixa etária para meninos será ampliada gradualmente até 2020, quando a vacina estará disponível para aqueles entre 9 e 13 anos. O esquema vacinal consiste em duas doses, com intervalo de seis meses.
A partir de 2017, meninas que chegaram aos 14 anos sem a vacina também poderão ser imunizadas. A vacinação também será estendida a homens entre 9 e 26 anos, que vivem com HIV. Antes, só as mulheres desta faixa etária e portadoras do HIV podiam se vacinar gratuitamente. No caso desse público, o esquema vacinal é de três doses.
Em laboratórios particulares cada dose da vacina custa em torno de R$ 400,00. São necessárias de duas a três doses por pessoa.
Herculano Passos também é autor do Projeto de Lei 4404/216, que obriga os planos de saúde a cobrir os custos da vacina contra o HPV para quem não tem direito à imunização gratuita. “Ao tomar a vacina, o adulto se previne das próximas infecções e evita novas doenças, porque a imunidade natural da pessoa não a impede de ser infectada e de apresentar a mesma doença mais de uma vez.”
Entenda a vacina do HPV
A vacina distribuída no SUS é quadrivalente, ou seja, protege contra quatro tipos de HPV: o 6, o 11, o 16 e o 18. Dois deles (o 6 e o 11), estão relacionados com o aparecimento de 90% das verrugas genitais. Os outros dois (o 16 e o 18) estão relacionados com 70% dos casos de câncer do colo do útero. Além da vacina, a prevenção contra esse tipo de câncer também continua envolvendo o exame Papanicolau, que identifica possíveis lesões precursoras do câncer que, tratadas precocemente, evitam o desenvolvimento da doença.
Da Assessoria