O deputado Silas Câmara (AM) mediou a segunda parte da discussão sobre a prática esportiva de Artes Marciais Mistas [conhecida como MMA] e sua transmissão pela televisão, na Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática, nessa terça-feira (27). O objetivo foi debater o Projeto de Lei 5534/09, que proíbe a transmissão de lutas marciais não olímpicas pela TV, em análise na comissão. De acordo com o projeto, o MMA “propagandeia violência” e por isso não deve ser televisionado.
No entendimento do parlamentar, a luta deveria ser transmitida apenas por canais pagos. “No canal fechado, quem compra o evento sabe quem tem estrutura e idade para ver essa prática”, explicou.
Mesmo defendendo a transmissão em canal fechado, Silas Câmara destacou o direito de escolha. “Na democracia não temos o direito de dizer que não pode haver a transmissão. Se fosse assim, teríamos que proibir a exibição de novelas, porque a maioria delas, a partir das 18 horas, ensina a prática explícita do sexo, crianças a roubar, os jovens a mentir e a usar drogas. Mas, acredito que tem que ser dada a liberdade, embora que relativa, para que o esporte seja divulgado e transmitido”, justificou.
Apesar do foco do debate não ser a conceitualização da atividade, simpatizantes e praticantes defendem o MMA como modalidade esportiva. Elísio Cardoso Macambira, presidente da Confederação Brasileira de Artes Marciais Mistas (CBMMA), lembrou que um milhão de pessoas praticam o esporte no Brasil. “O praticante é um superatleta. Tem um treinamento muito rígido, de 12 horas por dia, adquire músculos. Quando entra para lutar, ele tem condições de aguentar os golpes do adversário”.
O presidente disse ainda que existem normas de segurança para os praticantes em campeonatos profissionais e regras para proteção dos competidores dentro do ringue.
Jaque Bassetto