Da tribuna da Câmara, na tarde desta quinta-feira (6), o deputado Sérgio Brito (PSD-BA) defendeu a ampliação do debate em torno da reforma política. Segundo disse, a curta periodicidade na realização das eleições brasileiras, impostas por leis que precisam ser revistas urgentemente, tem causado nítida depreciação da classe política.
E acusou: “Eleger candidatos de dois em dois anos só está sendo possível para aqueles políticos poderosos, que estão no poder há décadas”. Acrescentou em defesa de sua tese: “Não podemos mais adiar esta discussão. A Comissão da Reforma Política precisa ser reativada o mais rápido possível”.
Sérgio Brito pregou a realização de eleições gerais de cinco em cinco anos e financiamento público de campanha. “Considero uma injustiça fazer uma campanha, hoje, entre um candidato de origem simples, sem dinheiro, do povo e um que representa o poderio econômico vigente em nosso país”.
O deputado baiano não poupou críticas ao atual modelo de campanha ao longo do seu discurso: “Está claro que o financiamento privado de campanha é a gênese dos muitos indícios de corrupção, seja na prestação de contas, criação de caixa dois, desvios dos mais diversos e criativos, entre outras aberrações”.
A tese defendida pelo deputado PSD é a de que, “quando o candidato é financiado por impérios financeiros, ele se torna refém desses poderosos, sem falar na humilhação que acaba sofrendo. Chega de ficar com o pires na mão, pedindo ajuda a um e a outro”.
Fazer eleição de dois em dois anos, na visão de Sérgio Brito, é jogar dinheiro no ralo. Segundo disse, é ruim para o Estado, que gasta com a logística operacional. É pior ainda para o candidato, que faz alianças escusas com grupos econômicos, o que é terrível, pois, neste caso, o eleitor não é verdadeiramente representado.
E concluiu: “Unificar as eleições, sem reeleição para os cargos do executivo federal, estadual e municipal, além de adotar o financiamento público de campanha é, sem dúvida alguma, respeitar a população e contribuir, mesmo que indiretamente, para o desenvolvimento socioeconômico da nossa gente”.
Outra informação positiva sobre a unificação das eleições é que as obras e programas governamentais não serão interrompidos, como acontece em época eleitoral, onde os governos ficam impedidos de iniciar a execução dessas ações.
Da Redação